Sérgio Conceição esteve, esta terça-feira, em conferência de imprensa para fazer a antevisão ao jogo com o Sp. Braga, agendado para amanhã, quarta-feira, e referente à 2.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal.
Taça: "O primeiro objetivo é o campeonato, como vocês sabem. Não acabou, mas obviamente está mais difícil. Este jogo pode levar-nos a uma final e conquistarmos mais um título. Amanhã temos essa possibilidade e estarmos em mais uma final de um troféu importante."
Sp. Braga com linha defensiva a 5 ou três: "Importante é perceber qual a dinâmica que têm quando ganham a bola, que jogadores compõem essa linha defensiva. Se é o Borja ou o Sequeira na esquerda... Se é o Raúl Silva... Se o Esgaio tem largura e profundidade. Que dinâmica têm quando têm a bola e o que fazem para defender? É uma equipa muito bem trabalhada com jogadores acima da média que fazem parte de um clube grande e com um excelente treinador. Conheço bem a ambição das pessoas do clube. Na minha opinião, a ver é a melhor equipa a jogar em Portugal. Estou a falar da beleza e da forma como chegam à baliza adversária. Quando têm bola, para mim, talvez seja a melhor equipa a jogar em Portugal."
Marcano: "O Marcano voltou agora à competição. É importante para o grupo de trabalho. Pode ir ao estágio connosco e está pronto para jogar, porque se não não tinha jogado na equipa B. O ritmo competitivo ainda é baixo. Temos de ter algum cuidado para ele entrar forte e confiante."
Pepe e Sérgio Oliveira: "Hoje não treinaram com o grupo, estão em dificuldade e ainda não sabemos se poderão jogar amanhã."
Ponto de saturação no futebol português: "Penso que é importante parar e discutir o futebol. Não é por acaso que em duas reuniões da UEFA o tema principal foi o tempo útil de jogo. Houve vários temas e o VAR também foi discutido e depois foi o tempo útil de jogo. Quando chegamos à Europa... Não é fácil. O Braga defrontou uma equipa que nós defrontámos na Champions num passado recente. É um clube do top5 de Itália, que está nos campeonatos mais competitivos do mundo. Encontramos um ritmo acima da média. É tudo diferente. No último jogo fui para casa ver o jogo outra vez. Eram quatro horas de manhã e estávamos a trocar porque queria que analisassem o tempo útil de jogo. Em cada dez ou 15 segundos o jogo parava. Literalmente. Para meu espanto de manhã, através de várias pesquisas, o tempo útil de jogo foram cerca de 47 minutos. É baixíssimo. Mas depois o mais grave... Não sei como é que... Eu acredito que um jogador tenha de ser assistido, mas depois tem de ser refletido no tempo de compensação. Eu não acredito que com três tempos de substituição, cinco paragens, oito jogadores que entraram, duas vezes que o árbitro foi ao banco, e dá três minutos? Três minutos só pelas substituições. Eu acho que tem de haver uma reflexão da parte de toda a gente. É muito importante falar sobre isto para haver completividadeem Portugal e chegar à Europa e fazermos boas figuras. Aliás, está promovida uma reunião para amanhã para debatermos estes temas."
Calendário carregado: "Nós temos jogos com fase de grupos de Liga dos Campeões. O nível de dificuldade é muito alto. São jogos que requerem muita concentração e muito foco. Ainda mais, quando jogamos noutras competições e onde queremos manter o mesmo foco. Temos tido uma densidade competitiva incrível, mas nunca me queixei de um resultado por isso. Nunca. Para mim é difícil haver igualdade quando equipas como o Braga, Benfica, FC Porto estão em competições europeias. É difícil fazer uma comparação com as restantes equipas. Temos um plantel recheado de jogadores para dar resposta, mas é impossível haver igualdade. Jogamos amanhã com o Sp. Braga porque estava na Liga Europa, porque se não o jogo talvez tivesse sido noutro dia, porque sábado jogamos contra o Gil Vicente e contra a Juventus na terça. Para mim a igualdade é ter o mesmo tempo de descanso e o mesmo número de jogadores em campo."
Palavras para Carvalhal: "Aquilo que se passa no campo, fica no campo. Se fosse contar tudo aquilo que eu disse e que me disseram a mim... Tudo aquilo que se passa num desporto cheio de paixão. Começava aqui hoje e só parava daqui a 10 anos. Acho que isso não é bonito. Se calhar isso é mais importante do que fizemos no jogo ou contra o Sporting, que foi o último jogo. Falam de pormenores, de situações mais ou menos bonitas. Outras que não vieram cá para fora. Nem tudo se sabe. Não sou eu o que vou dizer o que é que o Nuno Santos ou o Pote disseram ao nosso banco de suplentes aos nossos jogadores. Há muitas situações que acontecem dentro de campo e ficam dentro de campo. Quem utiliza isso para mascarar o jogo jogado... Faz parte. É o que vende. Também me parece que muita gente comenta o que se passa à volta do futebol. Há muita gente que analisa o jogo, mas há outras pessoas que não percebem nada disso e que analisam quem pestanejou, quem cumprimentou quem... O nosso jogo com a Juventus foi muito comentado? A única vez em que o FC Porto ganhou a Juventus? Falou-se? Foi comentado? Não. Não se fala disso. Não há tempo para comentar o verdadeiro jogo. Quem é apaixonado pelo futebol quer falar do jogo. Quem anda aqui para ter o seu tachinho comenta tudo o que se passa à volta. Para mim, importante em Braga foi as duas grandes exibições com menos jogadores. E, claro, dar mérito ao Braga porque acreditou. Às vezes é mais difícil marcar contra equipas com menos jogadores."
Sp. Braga: "Não posso controlar a postura do Sp. Braga. Posso é perceber a dinâmica e os pontos mais fortes do Braga. Isto é uma final e as duas equipas vão querer passar. Se consegurimos, será a terceira final nestes três anos e meio. Um clube grande vive assim, destas presenças em jogos importantes que dão títulos. É isso que procuramos: estar novamente na final da Taça de Portugal."
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