O FC Porto recuperou parte do sorriso na noite de sábado. Após a derrota inesperada diante do Gil Vicente, averbada precisamente há uma semana, os dragões retomaram o caminho das vitórias (3-1) no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, num jogo com direito a quatro golos e duas expulsões.
O triunfo azul e branco - sendo que ontem o FC Porto até equipou de amarelo - impediu que o Benfica conseguisse ampliar a vantagem na liderança para 11 pontos, voltando os dois rivais a estarem separado por oito. Ainda assim, o atual campeão nacional continua longe do lugar que valerá a desejada renovação do título.
A noite em Trás-os-Montes não foi de grandes luxos, tal como Sérgio Conceição admitiu, com o FC Porto a deixar de lado os violinos para tocar... bombo. Pois bem, no meio desta troca artística, houve quem se destacasse pela simples arte de se adaptar ao contexto.
Vamos aos protagonistas.
A figura
Otávio assinou mais uma exibição de mão cheia. E não falamos apenas do golo, que foi bem conseguido, claro está. O internacional português é um verdadeiro todo o terreno e adapta-se a qualquer estilo de jogo deste FC Porto. Ontem, Sérgio Conceição deixou os violinistas Taremi e Pepê no banco, mas não abdicou do violinista luso-brasileiro, que mostrou que também sabe tocar bombo caso seja necessário.
Esteve sempre ligado ao jogo, nunca virou a cara à luta, sofreu inúmeras faltas e ainda assinou um dos três golos portistas em Chaves. Um artista absolutamente fundamental neste FC Porto.
A surpresa
Danny Namaso já havia deixado boas indicações frente ao Gil Vicente, mas acabou 'engolido' pelas expulsões dos colegas e por um jogo atípico que acontecera no Dragão. Ontem voltou a ser titular e respondeu da melhor forma: a marcar.
Abriu o ativo aos 15 minutos, num lance em que deixa um adversário para trás antes de atirar a contar para a baliza flaviense, e ainda ficou perto de um segundo golo, já no decorrer da segunda parte. Tem mostrado argumentos para ser titular mais vezes.
A desilusão
Os laterais continuam a ser a maior dor de cabeça para Sérgio Conceição. Entre Rodrigo Conceição e Zaidu torna-se complicado dizer quem esteve mais abaixo do razoável, sendo que o lateral nigeriano decidiu chegar-se à frente nesta corrida ao cometer uma grande penalidade e ao ver um amarelo por simular outra, na área contrária.
Os treinadores
Vítor Campelos
O Desportivo de Chaves tem sido fustigado por lesões, mas voltou a apresentar-se com uma equipa dinâmica e capaz de criar problemas a qualquer adversário. Vítor Campelos apenas se pode queixar de alguma falta de eficácia, uma vez que o Chaves teve oportunidades suficientes para marcar, pelo menos, um golo nos primeiros 45 minutos.
Sérgio Conceição
Sem Uribe e João Mário, castigados, além de Galeno, Veron e Evanilson, lesionados, Sérgio Conceição surpreendeu ao deixar Taremi e Pepê no banco, apostando numa equipa com maior capacidade física. A verdade é que a estratégia resultou e ao intervalo o FC Porto já tinha a vitória encaminhada. Soube reconhecer que a noite "não era de ópera" em Chaves e que, por isso, teve de ser mais pragmático na hora de eleger o onze inicial.
O árbitro
Manuel Oliveira teve uma noite de muito trabalho e nem sempre foi feliz nas decisões tomadas. Errou ao dar o primeiro amarelo a Jô Batista, uma vez que foi o jogador do Chaves quem sofreu falta de Grujic, e nem sempre conseguiu segurar o jogo.
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