"É talvez dos jogos mais importantes da história do clube. O Belenenses já não está no Jamor desde 2007. Se podemos acrescentar um título à história riquíssima que o clube tem e que, infelizmente, não é tanto traduzida em títulos, então foquemo-nos apenas nisso, pois é um apenas muito grande. Temos de focar todas as forças e energias em chegar ao Jamor e conseguir conquistar o troféu. Aconteça o que acontecer, esta época é extraordinária, mas pode ser ainda melhor", afirmou à Lusa o treinador dos lisboetas.
O Belenenses disputa a final da Liga 3 com a União de Leiria, já ambos sabendo que, na próxima temporada, estarão de regresso aos campeonatos profissionais, com os 'azuis' a assegurarem a subida há precisamente uma semana, num 0-0 diante da Sanjoanense.
"Este foi o sonho da maioria dos belenenses. Acreditaram que podiam romper com os paradigmas que o futebol português tinha, acreditaram que, com este caminho único, podiam ser uma referência na construção, ou no renascimento, de um clube, e acredito que foi um dos dias mais felizes da vida deles, pois voltaram a ter o Belenenses de novo nos campeonatos profissionais, com consecutivas subidas de divisão", frisou o técnico.
Numa temporada com períodos "menos bons", embora estivessem sempre dependentes de si para alcançar um "momento único na história do clube e do futebol português", o técnico diz que o segredo foi "a capacidade de trabalho, qualidade e união" do plantel.
"Eles [os futebolistas] têm qualidade, uma capacidade de trabalho inacreditável e um espírito extraordinário. Todos os dias trabalham na transcendência, a ultrapassar os seus limites e a acreditar que podem vencer qualquer adversário, em qualquer campo. Foi isso que dissemos e foi isso que provámos", salientou o jovem técnico, de 36 anos.
O conjunto da 'Cruz de Cristo' soma cinco títulos nacionais e o grupo de trabalho quer "entregar o sexto" ao museu do Estádio do Restelo, que seria "um prémio justo", num jogo que o capitão Mauro Antunes quer vencer e fechar com a 'cereja no topo do bolo'.
"Este clube tem de entrar sempre com a ambição de ganhar, em qualquer jogo em que entremos. Estamos felizes com a subida de divisão, mas queremos terminar esta época com a 'cereja no topo do bolo', com o título que nós, adeptos e clube merecem", disse.
O centrocampista, de 31 anos, cumpre a terceira temporada no Belenenses, somando, por isso, três das cinco subidas de divisão, desde a primeira divisão distrital até à II Liga, mostrando um "orgulho enorme" em ser capitão e com sensação de "dever cumprido".
"É histórico. É a força de um clube e desta massa adepta sem igual. Não se vê nenhum clube a fazer o que nós fizemos. Descer ao 'inferno' e acreditar que conseguiríamos, todos juntos, trazer novamente o clube para o patamar devido. Agora percebemos que realmente foi possível, quando muita gente não acreditava. É indescritível", expressou.
O Belenenses e a União de Leiria, as duas equipas que confirmaram a subida à II Liga na liderança das duas séries da fase de subida, discutem o troféu de campeão da Liga 3 no próximo dia 20 de maio, pelas 16:15, no 'mítico' Estádio Nacional, em Oeiras.
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