"Entrei muito bem, praticamente não falhei uma bola, pelo menos nos meus jogos de serviço. Depois foi aceitar os pontos feios. Foi uma batalha mental gigante, porque no terceiro set, a servir para fechar, não consegui e tive de fazer um esforço grande para sacar o tie-break. Depois sofri mal um break [no quarto set], a servir mal, aliás acho que servi mal o encontro todo e voltei a ser quebrado no quinto set, quando servi para fechar", comentou o maiato.
O número um português e 80.º classificado do ranking ATP superou o experiente adversário (90.º ATP) pelos parciais de 6-4, 5-7, 7-6 (7-3), 4-6 e 7-6 (11-9), após três horas e 58 minutos, mas acredita ter sido um triunfo "merecido".
"Já o vi muitas vezes na televisão e os encontros dele são sempre a mesma coisa. Ele baseia muito o jogo no serviço e causa muita pressão nos jogos de resposta, porque também é um jogador que consegue causar estragos no fundo do campo. É preciso aceitar que os erros dele são bons para mim e tive de me motivar com isso, porque ele é um jogador que toma muito conta do jogo e se ficar à espera de um 'winner' meu pode demorar um bocado. Foram muitos altos e baixos, mesmo a nível de ânimo", acrescentou Borges, de 26 anos.
O tenista do Centro de Alto Rendimento do Jamor é o único representante nacional no major parisiense, após a eliminação de João Sousa e Frederico Silva na fase de qualificação, e o quinto a celebrar uma vitória no quadro principal. O próximo desafio será contra o vencedor do encontro entre o argentino Diego Schwartzman (95.º ATP) e o espanhol Bernabé Zapata Miralles (38.º), agendado para segunda-feira.
"Estou à espera de um encontro completamente diferente. Mais físico, com mais trocas de bolas do fundo do campo. Isso de certa maneira dá-me mais conforto, porque vou poder jogar mais um bocadinho o encontro", avançou, lembrando ter dois dias para recuperar, porque sai "um pouco cansado, mas também mais confiante."
A participar pela quinta vez num torneio do Grand Slam, Nuno Borges passou pela segunda vez a primeira ronda de singulares, depois de já o ter feito no Open dos Estados Unidos em 2022.