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"Vlachodimos? Retirar um guarda-redes por um erro não pode acontecer"

Em declarações exclusivas ao Desporto ao Minuto, o antigo guarda-redes do Benfica falou sobre a recente 'crise' que se vive na baliza dos encarnados. A chegada de Trubin para reforçar as redes das águias deixa Vlachodimos com concorrência mais apertada no que diz respeito à titularidade.

"Vlachodimos? Retirar um guarda-redes por um erro não pode acontecer"
Notícias ao Minuto

07:44 - 17/08/23 por Rodrigo Querido

Desporto Exclusivo

A derrota do Benfica frente ao Boavista (3-2), no arranque da defesa do título de campão nacional, ficou marcada por uma exibição menos conseguida de Odysseas Vlachodimos.

O guarda-redes grego mostrou algumas lacunas em dois dos três golos sofridos pelas águias e rapidamente nas redes sociais surgiram críticas à atuação do guardião helénico. E tudo isto numa altura em que os lisboetas asseguraram um concorrente de peso para o habitual dono das redes dos encarnados.

Com a chegada do ucraniano Trubin, o atual camisola 99 do Benfica sabe que tem ainda menor margem de erro nas suas exibições. E corre até o risco de perder a titularidade para o recém-chegado guarda-redes.

Para analisar esta questão da baliza do Benfica, o Desporto ao Minuto decidiu conversar com Quim, que durante muito anos defendeu as redes das águias. Agora retirado, o ex-jogador considera que Vlachodimos não pode descansar sob pena de perder o estatuto que teve nos últimos anos.

"Ser guarda-redes de uma equipa grande não é uma coisa fácil, por vezes têm de levar com estas coisas [pressão]. Os clubes grandes têm de ter dois guarda-redes de bom nível. As pessoas às vezes são injustas. O Vlachodimos tem dado muito ao Benfica. Na chegada de um novo guarda-redes, a pressão é maior e acredito que ele possa ter alguma neste momento porque sabe que se falhar irá ter pressão para o tirarem da baliza. Isto são questões de dentro, o treinador é que tem de ver. O Vlachodimos fez muito pelo Benfica, é um grande guarda-redes, erra como todos erram", começou por dizer o também antigo internacional português, falando do encontro no Bessa.

"Foi um jogo em que se calhar possa ter tido um erro no lance do segundo golo. Mas se ele errar uma vez, toda a gente vai falar nesse erro. Os jogadores de campo também erraram e ninguém fala. Isto é complicado e os guarda-redes têm de saber viver com isto. Se poderá haver mudanças ou não... é complicado. As questões dos guarda-redes têm de ser bem solucionadas. Se estamos a tirar um guarda-redes por um erro... tirar agora o Vlachodimos, colocar outro jogador no lugar e se esse guarda-redes comete um erro... Isso é complicado. Não é assim que funciona. Não se pode retirar um guarda-redes por um erro. É uma posição específica e que requer muita confiança. O pior que pode acontecer a um guardião é não ter essa confiança da parte de dentro. Acredito que o treinador do Benfica poderá mantê-lo na baliza. Os guarda-redes só terão confiança continuando e não saindo da baliza ao mínimo erro", prosseguiu Quim, que esteve no Benfica entre 2004 e 2010.

O próximo jogo dos encarnados será contra o Estrela da Amadora no Estádio da Luz. Dada a exibição no Bessa, muitos pedem que Vlachodimos se sente no banco de suplentes. Porém, Quim explica que isso não pode acontecer, uma vez que poderá minar a relação de confiança entre o treinador e o grego.

"Enquanto jogadores, temos de saber que quem manda é o treinador. É lógico que não é fácil para o guarda-redes sair por um erro. Estamos a começar um campeonato novo e sair da baliza ao primeiro erro não é confortável. Mas se o titular sai por um erro, o guarda-redes que entrar também não vai ter essa confiança porque sabe que, como o outro saiu por um erro, também lhe pode acontecer isso. E essa situação não dá confiança a nenhum. Isso terá de ser bem gerido. Sinceramente, não acho que vão haver mudanças, mas cada treinador tem a sua maneira de pensar e gerir estas situações", vincou.

Quim, que foi internacional por Portugal em 32 ocasiões, considerou ainda que os guarda-redes têm de ter uma força mental muito forte para passar por cima do erros que cometem e não deixarem influenciar as suas prestações por este tipo de pensamentos.

"Para lá das questões táticas e técnicas, costumo dizer que hoje em dia para ser guarda-redes é preciso ser muito forte mentalmente, principalmente numa equipa grande como o Benfica. E nestes momentos [de quebra] tem de ter essa força mental. Sabe que o erro vai acontecer, mas sabe que quando acontecer tem de passar por cima e não pensar. Se cairmos no erro de continuar a pensar nisso, vamos errar mais vezes e logo a seguir podemos errar novamente. É preciso trabalhar nesses erros. Quanto mais metemos isso na nossa cabeça, vai ser pior. Isso revela que o jogador não está preparado mentalmente para a jogada seguinte, para a próxima vez que vamos tocar na bola. Temos de estar com a cabeça limpa em todos os sentidos para estarmos no nosso melhor", sublinhou o antigo jogador, de 47 anos.

Questionado sobre se esta chegada de Trubin pode fazer Vlachodimos melhorar os seus pontos negativos, Quim aponta que dois jogadores de grande qualidade para a mesma posição podem ajudar-se mutuamente neste processo de evolução.

"Da mesma forma que digo que ser guarda-redes num clube grande é muito diferente, também digo que dois jogadores de qualidade muito igual vão-se ajudar um ao outro. Obrigam-se a trabalhar de dia para dia, melhorar e mostrar ao treinador que são melhores. Acredito que isso vai ajudar o Vlachodimos. Sabendo que tem uma concorrência mais forte, ele está obrigado trabalhar mais com o objetivo de melhorar. Agora se ter Trubin no banco lhe dá mais conhecimento das qualidades do colega... Acho que acima de tudo o Odysseas tem de ter a consciência de que quem irá jogar tem a confiança do treinador e tem de provar toda a sua qualidade e demonstrar ao treinador que está certo ao metê-lo a jogar. Não deve pensar em quem está ou não no banco, tem é de dar o seu melhor em prol da equipa", finalizou.

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