Instantes após mais uma conquista ao serviço do Palmeiras, desta vez com um triunfo frente ao Santos (2-0, 2-1 no agregado) na final do Paulistão, Abel Ferreira não hesitou em recordar uma conversa que teve com a sua mulher, em 2020, a propósito da sua mudança para o Brasil, que confessa que não previa que fosse tão longa, tendo ainda abordado a forma como os jogadores são criticados pelos erros em campo no futebol brasileiro.
"Eu vou ser sincero. Na altura [2020] disse à minha mulher para ter calma porque eu pensava que vinha por mais ou menos três meses e depois mandavam-me embora. Não posso mentir. Não estava à espera de conseguir ganhar tanto aqui no Brasil", começou por revelar.
!Aqui 'matam' os jogadores, não criticam. O termo crítica é brando atendendo ao que fazem com os jogadores no Brasil. De forma geral, o jogador brasileiro que é mentalmente forte joga em qualquer lugar do mundo. Aqui um jogador perde uma oportunidade junto da baliza e é visto como o vilão", acrescentou de seguida.
"É nesses termos que depois eu pergunto se viram o resto do jogo. Por que motivo olhamos para aquele jogador como vilão? Não há mais dez em campo? E o treinador? Tem de haver sempre um herói e um vilão? Não aceito isso. Há um impacto mental muito grande no jogador. 'Mata-se' o atleta mentalmente", completou o treinador português.
Recorce-se que, desde a sua mudança para o Brasil em 2020, Abel Ferreira venceu dois campeonatos brasileiros (2022 e 2023), uma Taça do Brasil (2020), um Supertaça do Brasil (2023), três campeonatos Paulistas (2022, 2023 e 2024), duas Libertadores (2020 e 2021) e uma Recopa sul-americana (2022). Tudo isto em apenas quatro anos, permitindo igualar Oswaldo Brandão no topo da lista de treinadores com mais títulos conquistados no Palmeiras.
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