"Muito preocupado". É desta forma que Gaspar Ramos, antigo diretor desportivo do Benfica, se sente em relação ao atual panorama do clube, gerido atualmente por Rui Costa. Ao Desporto ao Minuto, o ex-dirigente encarnado não poupou nas críticas ao falar da direção do clube que tem no coração, começando por dizer que o Benfica "está a ser vítima de uma gestão absolutamente desequilibrada, com medidas avulso".
"Não há planeamento antecipado e as coisas são feitas em cima do joelho, com muita pressão do próprio treinador, que dá a sensação que o presidente não tem mão para controlar as suas investidas, nem nas compras e vendas dos jogadores. Tudo isto pode trazer resultados muito negativos", prosseguiu Gaspar Ramos.
Ao falar sobre Roger Schmidt e a decisão de Rui Costa em manter o treinador alemão no comando técnico do Benfica apesar dos maus resultados, o também ex-vice-presidente dos encarnados recordou o ano de 1987, quando ele próprio teve de optar por despedir Ebbe Skovdahl ao fim de apenas quatro jornadas.
"O Eriksson aconselhou-me o Skovdahl, um treinador triunfante no Brondby que estava a fazer um bom trabalho, só que começaram a surgir resultados negativos. Quando isso acontece, não há nada a fazer e à quarta jornada eu despedi-o. Meti o Toni como treinador e o Jesualdo Ferreira como adjunto e nessa época fomos à final da Taça dos Campeões Europeus, em Estugarda. Para grandes males, grandes remédios. É preciso coragem para tomar as decisões", recordou.
De novo sobre Schmidt, Gaspar Ramos destacou que "se os resultados surgirem desequilibrados e o Benfica continuar a jogar mal", então a única solução será mesmo "despedir o treinador", até porque, caso contrário, será posta em causa toda uma época.
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