Portugal perdeu a possibilidade de se apurar já hoje para os quartos-de-final da Liga das Nações. A equipa das quinas não foi além de um empate sem golos com a Escócia, esta terça-feira, na quarta jornada do grupo A1, e continua sem conseguir ganhar a esta seleção na sua casa, em jogos oficiais.
Apesar do claro domínio em ambas as partes, Portugal viu-se incapaz de concretizar as poucas oportunidades criadas e, no final, ainda houve espaço para algumas críticas à arbitragem, que levaram mesmo Cristiano Ronaldo a deixar o campo indignado.
Muita bola nos pés e poucos golos dentro da baliza
Roberto Martínez já fazia antever várias alterações ao onze inicial, dadas as suas declarações na conferência de imprensa, e, por isso mesmo, não surpreenderam as seis novidades no onze. Renato Veiga, Diogo Dalot, Rúben Neves, Bernardo Silva, Rafael Leão e Pedro Neto começaram o jogo no banco e de início entraram António Silva, João Palhinha, João Cancelo, Vitinha, Diogo Jota e Francisco Conceição. O objetivo de trazer "frescura" não foi, no entanto, conseguido.
Portugal teve mais de 70% de posse de bola na primeira parte, mas a supremacia no controlo das ações de jogo não se traduziu, de todo, em oportunidades de perigo. Ao todo, a armada lusa só conseguiu dois remates à baliza defendida por Craig Gordon, curiosamente as mesmas que a Escócia.
O primeiro susto até foi provocado pelo conjunto de Steve Clarke (4’), com Scott McTominay a cabecear com perigo para uma defesa primorosa de Diogo Costa. Na resposta, quatro minutos depois, Cristiano Ronaldo apareceu com perigo à entrada da área, mas o remate, que acabou por sair tão fraco que não apanhou de surpresa o guardião escocês.
A investir demasiado nos cruzamentos, Portugal ia tentando chegar ao golo pelo ar e, com a bola no chão, sentia-se a dificuldade em enganar o adversário, cuja organização já se sabia um dos seus pontos fortes.
Foi assim, depois de uma primeira parte tranquila e, igualmente, desinteressante, que o jogo entrou no intervalo, com o 0-0 no marcador.
Escócia continua a ser país de 'má memória'
Portugal entrou melhor no segundo tempo mas, nem por isso, conseguiu fazer as pazes com a finalização. As equipas voltaram exatamente iguais ao relvado e foi preciso esperar até à passagem dos 60 minutos para que Martínez decidisse mexer no onze.
‘De uma acentada’, o selecionador nacional fez entrar Rafael Leão, Bernardo Silva e Rúben Neves e a verdade é que as substituições produziram o efeito esperado. Portugal, mais largo, com mais critério e com menos bolas pelos ares, foi capaz de criar mais perigo, mas o golo, esse, continuava sem aparecer.
A presença de um maior número de jogadores na frente fez com que os lusos ficassem também mais expostos ao contra-ataque. Foi mesmo numa dessas ocasiões que a Escócia podia ter feito estragos e valeu, no entanto, a ausência de jogadores adversários na frente, o que assim salvou a melhor equipa em campo de sofrer.
O desespero ia aumentando, fruto da possibilidade de garantir, já esta terça-feira, o apuramento para os ‘quartos’, e aos 82’ chegou a gritar-se golo com sotaque português. Cristiano Ronaldo recebeu uma bola cruzada e, depois de driblar, atirou perto do poste.
Em cima do apito final, a bola saiu pela linha final e Portugal reclamou canto. O árbitro belga Lawrence Visser, ainda assim, decidiu dar o jogo por terminar e o 0-0 adia a conquista do tão desejado lugar na próxima fase da Liga das Nações.
Momento do jogo: A melhor oportunidade de golo de Portugal foi protagonizada pro Cristiano Ronaldo... mas só apareceu ao minuto 82. Esse dado ajuda a explicar a desinteressante exibição do conjunto luso que, diante de uma equipa a atravessar uma onda de resultados, podia - e devia - ter feito mais e melhor.
Onzes iniciais
Escócia: Gordon, Ralston, Souttar, Hanley, Robertson, Gilmour, McLean, Christie, McTomminay, Doak e Adams.
Suplentes: McCracken, Robby McCrorie, Barron, Dykes, MacKenzie, Irving, Porteous, Lindsay, Morgan, Nisbet, Gauld, Devlin.
Portugal: Diogo Costa, João Cancelo, António Silva, Rúben Dias, Nuno Mendes, João Palhinha, Bruno Fernandes, Vitinha, Diogo Jota, Francisco Conceição e Cristiano Ronaldo
Suplentes: Ricardo Velho, Rui Silva, Nélson Semedo, Diogo Dalot, Francisco Trincão, Bernardo Silva, João Félix, Renato Veiga, João Neves, Otávio, Rafael Leão e Rúben Neves.
Antevisão
O apuramento para os quartos-de-final da Liga das Nações é o que ecoa na cabeça de Roberto Martínez e dos 26 jogadores convocados para esta dupla jornada da seleção nacional.
Esta terça-feira, em Glasgow, Portugal precisa de novo triunfo e, enquanto isso, espera por um deslize da Polónia na receção à Croácia para garantir, pela segunda vez na história, a passagem à próxima fase desta competição. Para isso, é preciso chegar ao primeiro triunfo em jogos oficiais contra a Escócia, o que num olhar mais desatento até poderá parecer fácil.
O conjunto comandado por Steve Clarke vem de cinco jogos sem conseguir ganhar, mas o que é certo é que Portugal nunca venceu a esta equipa na sua casa, em jogos oficiais.
Tomás Araújo volta a ficar de fora das opções de Roberto Martínez, à semelhança do que aconteceu com a Polónia, e a ele juntam-se Pedro Neto e Samu. João Palhinha e Francisco Conceição regressam à lista final e estarão no onze inicial ou, então, no banco de suplentes.
O encontro entre Portugal e Escócia acontece no Hampden Park, em Glasgow, a partir das 19h45, e será arbitrado pelo belga Lawrence Visser.