A época 2024/25 do FC Porto está a correr abaixo das expetativas em termos coletivos, mas há quem consiga sobressair em termos individuais. Rodrigo Mora é, neste momento, um dos nomes em maior destaque, tendo sido decisivo nas últimas duas vitórias dos dragões no campeonato ante Estoril (2-1) e Casa Pia (1-0).
Na 29.ª jornada da I Liga, os azuis e brancos bem podem agradecer ao génio do camisola 86 pelo facto de saírem com os três pontos de Rio Maior. A 'roleta' sobre o defesa-central José Fonte, de 40 anos e campeão europeu por Portugal em 2016, deixou toda gente estupefata e maravilhada com a ousadia da jovem pérola formada no Olival.
Aos 17 anos, Rodrigo Mora tem o mesmo registo de golos no campeonato do que uma estrela do futebol mundial, que é o caso de Lamine Yamal (6), que supera o português no número de assistências (12 contra 3).
Há poucos meses do final da temporada, será Rodrigo Mora um nome a ter em conta para a seleção portuguesa, que vai competir na fase final da Liga das Nações no próximo mês de junho? Em conversa exclusiva com o Desporto ao Minuto, Jorge Amaral acredita que há um caminho a percorrer.
"Se a aposta no Rodrigo Mora a titular viesse desde o início da temporada, talvez pudéssemos estar a falar de um cenário diferente, com mais bom senso. Com a chegada do Martín Anselmi ao comando técnico, é evidente o seu crescimento e é um jogador que faz as coisas diferentes. Neste momento, seria prematuro a sua chamada à seleção, mas não tenho dúvidas que será alguém importante na seleção", refere o antigo guarda-redes do FC Porto na década de 80, salientando, ainda assim, que o jogador é vítima do atual contexto protagonizado pelo selecionador Roberto Martínez.
"Temos visto que existem prioridades no seio da seleção nacional. Vejamos o caso do Geovany Quenda. Faz muito bem o seu trabalho no Sporting e vai a seleção só para estar no banco de suplentes. Existem prioridades em detrimentos destes jovens de enorme qualidade. Eu defendo que a seleção deve ser o momento de forma e não apenas pelo estatuto pelo que fizeram no passado", assevera.
Olhando para o espaço de intervenção de Rodrigo Mora no FC Porto, Jorge Amaral considera que a concorrência no ataque de Portugal é muito mais forte.
"Toda a gente sabe que temos uma seleção com enorme talento e, portanto, é muito difícil jogar por Portugal. Se encararmos o Rodrigo Mora como um 10 ou segundo avançado, temos o Bruno Fernandes para fazer aquela posição. Há também o João Félix, que beneficia de um certa preferência pelo selecionador. Infelizmente, ele não tem conseguido dar resposta nos clubes por onde passa, mas continua a ir à seleção. Pelas alas, há nomes como Rafael Leão, Pedro Neto e outros, que têm mais experiência", salienta Jorge Amaral.
Com o Mundial'2026 à porta, Jorge Amaral acredita que haverá elementos novos na equipas das quinas. "Se o Rodrigo Mora continuar a evoluir pelo FC Porto e o clube também ajudar-lhe a crescer com a aquisição de jogadores de maior qualidade na próxima época, aposto que ele fará parte da convocatória de Portugal para o Mundial, com 19 anos", termina.
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