O documento foi rejeitado com os votos contra da CDU, do CDS-PP e do PAN, com as abstenções do PS e do PS e com o voto a favor do BE.
No texto da recomendação, a que a agência Lusa teve acesso, os bloquistas referiam que "o concelho de Loures começa a ser afetado, direta e indiretamente, pelos efeitos do crescimento da pressão turística na região de Lisboa", sobretudo nos territórios mais próximos do Aeroporto Humberto Delgado.
O texto acrescenta que, face a esse crescimento, que afeta sobretudo as localidades de Moscavide, Portela, Sacavém e Prior Velho, e à existência de unidades hoteleiras e de alojamento local, a autarquia deveria introduzir no próximo ano uma taxa turística para as dormidas, "nunca inferior a um euro".
No momento da discussão, a deputada municipal do Bloco de Esquerda Rita Sarrico argumentou que "a população do concelho de Loures não iria compreender que a autarquia desperdiçasse uma oportunidade de cobrar uma taxa que iria permitir reforçar a limpeza urbana e melhorar os transportes públicos", dando o exemplo dos municípios de Mafra e Cascais, que a aplicaram.
Já o deputado municipal socialista José Falcão classificou esta proposta como "populista e inútil", afirmando que o turismo no concelho de Loures "é residual".
No mesmo sentido, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), ressalvou que o turismo no município "ainda está muito longe do desejável" e que "atribuir uma taxa de turismo neste momento significaria desincentivar o investimento turístico no concelho".
"As receitas seriam muito reduzidas e estaríamos a pensar nas coisas para Loures com a cabeça em Lisboa. Uma medida que poderemos pensar, por exemplo, será impedir a instalação de novos alojamentos locais em Moscavide", apontou o autarca.
Atualmente o município de Loures, no distrito de Lisboa, dispõe de duas unidades hoteleiras e de cerca de 80 alojamentos locais registados.