O Presidente da República reagiu com otimismo ao excedente de 178,5 milhões de euros registado nos três primeiros meses do ano, noticiado esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.
"[Estes números] traduzem uma política muito rigorosa e uma grande contenção do ponto de vista orçamental, e a preocupação, obviamente, não apenas de cumprir a meta de 0%, mas porventura até ir mais longe e ter um superávit orçamental", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas a partir de Braga, onde esteve reunido com várias instituições religiosas e de solidariedade social, afirmou, paralelamente, que o decreto de execução orçamental foi recebido esta segunda-feira em Belém, remetendo a sua publicação para breve.
"Significa isto que durante meio ano a execução orçamental foi feita sem necessidade do decreto de execução orçamental, o que revela, como imaginam, uma subtileza e uma inteligência de gestão financeira grande, que se traduz nos números. Nenhum português pode deixar de estar satisfeito com esses números e no que eles significam para os mercados, e de baixa dos juros de dívida pública", sublinhou.
Questionado sobre os recentes recuos do Governo ao nível da despesa, nomeadamente no setor da Saúde, o chefe de Estado admitiu que "não há bela sem senão".
"Uma gestão financeira feita com esta atenção e com este rigor acaba por atirar para o final do ano um conjunto de despesas, [para] quando já se tem a certeza de que o objetivo do controlo do défice está atingido. Nesse sentido, como em tudo na vida, há setores que se ressentem mais porque a contenção de despesas ocorre de forma mais drástica no início do ano, permitindo depois, quando se chega aos últimos meses do ano, acorrer a algumas despesas, sobretudo despesas de natureza social", indicou.
Sublinhe-se que, de acordo com os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o saldo das Administrações Públicas foi positivo nos primeiros três meses do ano, situando-se em cerca de 178,5 milhões de euros, o que corresponde a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), e que compara com o défice orçamental de 1% em igual período do ano passado.