"Portugal é um dos países europeus com maior potencial na área da bioeconomia, estimando-se que esta represente cerca de 43 mil milhões de euros de volume de negócios e 320 mil postos de trabalho a nível nacional", lê-se no documento Grandes Opções do Plano 2020-2023, a que a Lusa teve acesso.
Segundo o executivo, a bioeconomia circular, "sendo uma componente fundamental de uma sociedade neutra em carbono", tem em conta a regeneração dos sistemas naturais e a extração de materiais de valor acrescentado "a partir de fluxos de materiais orgânicos residuais", por exemplo, materiais de embalagem a partir de compostos vegetais.
Assim, a agricultura, a floresta e o mar, enquanto principais fontes de materiais de base biológica, "deverão evoluir no seu perfil de circularidade e de descarbonização, dando lugar a uma rede industrial de base biológica, de caráter local, com perfil de inovação e orientada para novos produtos e serviços".
Neste sentido, o Governo comprometeu-se a desenvolver uma estratégia nacional para a bioeconomia sustentável 2030, a rever o plano nacional de promoção de biorrefinarias "à luz das novas orientações europeias" e ampliar e diversificar as oportunidades de negócio ligadas ao "uso eficiente e regenerativo" de recursos locais.
Adicionalmente, o executivo de António Costa quer desenvolver um programa de aceleração da aquacultura sustentável, criar programas orientados para "o apoio à realização de projetos-piloto, de prototipagem ou de aumento de escala de soluções de bioeconomia circular", bem como rever os instrumentos de política ligados ao acesso aos biorrecursos nacionais, provendo, entre outros aspetos, um inventário nacional.