O Índice de Gestores de Compras (PMI) para os serviços caiu para 26,5 pontos, a primeira vez que desce abaixo dos 50 pontos, desde que começou a ser realizado mensalmente, em 2005.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do setor, abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da atividade.
O PMI é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.
O PMI que mede a atividade da indústria manufatureira na China caiu também para o nível mais baixo desde que há registo, em fevereiro, segundo
O índice, publicado pela Caixin desde 2004, e que se baseia nas respostas a um inquérito realizado junto de gestores de mais de 3.000 empresas manufatureiras de 31 setores industriais do país, caiu para 40,3 pontos, depois de se ter fixado nos 51,1 pontos, em janeiro passado.
O PMI geral da Caixin em fevereiro também caiu, passando de 51,9 pontos, em janeiro, para 27,5.
O declínio deve-se às restritas medidas de prevenção do surto do Covid-19 adotadas pelas autoridades chinesas, que incluem restrições sob a movimentação de centenas de milhões de pessoas ou o encerramento forçado de estabelecimentos.
Planos de viagens no país foram também cancelados por ordem do governo, levando a uma redução do consumo e serviços associados ao turismo.
Economistas observam que o setor de serviços é particularmente vulnerável a uma redução do fluxo de caixa, tornando inevitável um processo de falências devido à paralisia das cidades que chinesas, que dura já há quase seis semanas.
Segundo documentos divulgados pelo Supremo Tribunal Popular, centenas de empresas declararam falência no país, entre os dias 25 de janeiro e 21 de fevereiro.
A maioria são pequenas e médias empresas dos setores retalho, manufatura e imobiliário.
As autoridades chinesas prometeram uma série de apoios financeiros para indústrias fortemente afetadas pelo surto e medidas para estimular o consumo e injetar liquidez no mercado.
Pequim expressou confiança de que as metas anuais de crescimento económico oficiais serão atingidas.
No ano passado, o crescimento da economia chinesa caiu para 6,1%, o ritmo mais baixo em quase três décadas. Analistas já esperavam que o crescimento deste ano caísse abaixo dos 6%, mas consideram que, quanto mais tempo perdurarem as medidas de prevenção do vírus, mais estímulos serão necessários para atingir as metas oficiais de crescimento, o que acarretará um aumento da dívida pública chinesa, já num nível muito alto.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou quase de 3.200 mortos e infetou mais de 92.000 pessoas, em cerca de 70 países e territórios, incluindo quatro em Portugal.
Das pessoas infetadas, mais de metade já recuperaram.
Além de 2.981 mortos na China continetal, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.
A OMS declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco "muito elevado".