As empresas reunidas na Associação Espanhola de Operadores de Produtos Petrolíferos (AOP), da qual fazem parte Repsol, Cepsa, BP, Galp, Eni e Saras, pretendem que o executivo espanhol aprove apoios, como uma maior flexibilidade nos horários de abertura, benefícios fiscais, suspensão das contribuições para a segurança social ou facilidades no acesso a empréstimos.
Em declarações à agência Efe, o presidente da AOP, Luis Aires, afirmou que, após a declaração do estado de emergência devido ao novo coronavírus, em 14 de março passado, as vendas de combustível caíram entre 60 e 70% e, apesar desta "dramática" queda, o setor não implementou nenhum Expediente de Regulação Temporário do Emprego (ERTE), nem pretende fazê-lo.
O responsável recordou que, por serem considerados um serviço essencial, todas as refinarias e postos de abastecimento devem permanecer abertos e, apesar das circunstâncias, irão continuar a trabalhar para garantir o abastecimento "enquanto a crise durar".
Contudo, advertiu que, para "estarem abertos quando as vendas são tão baixas", precisam do apoio da administração pública, à qual exige medidas como as já referidas.
Na opinião de Luis Aires, essas medidas seriam "mais baratas" para os cofres do Estado do que o custo de ter de pagar um subsídio aos trabalhadores afetados por um ERTE.
"O nosso objetivo é manter os empregos e não piorar a situação, mas precisamos de ajuda com medidas de acompanhamento para reduzir os custos", insistiu o presidente da AOP.
O pedido desta associação surge após a Confederação Espanhola dos Empresários de Estações de Serviço (CEEES) ter exigido que se estabeleça uma espécie de serviço mínimo para que possam fechar algumas estações de serviço em virtude do colapso das vendas, que, segundo os cálculos feitos, chega atingir os 95% durante o fim-de-semana.
Por sua vez, a Associação Nacional das Estações de Serviço Automático (Aesae) declarou que as suas associadas vão continuar a funcionar continuamente 24 horas por dia, apesar da queda nas vendas, "para garantir o serviço ao consumidor e para não bloquear Espanha".
As três organizações defendem que as estações de serviço são uma peça chave para garantir a mobilidade tanto de pessoas como de bens, principalmente alimentos e medicamentos.
Em Espanha há cerca de 11.700 estações de serviço, das quais quase mil são automáticas, e as restantes estão distribuídas entre estações pertencentes às grandes companhias petrolíferas, franchisadas, independentes ou cooperativas, dando trabalho a cerca de 60.000 pessoas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 292 mil infetados e quase 16 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 8.165 mortos em 80.539 casos registados até quinta-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 4.858, entre 64.059 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são desde quinta-feira o que tem maior número de infetados (mais de 85 mil).