OIT e UNICEF pedem às empresas que pesem impacto social das suas decisões

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a UNICEF emitiram em conjunto orientações para as empresas com o objetivo de apoiar os trabalhadores e as suas famílias, apelando para que pesem o impacto social das suas decisões.

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Lusa
01/04/2020 16:24 ‧ 01/04/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

 

Um comunicado hoje divulgado pela delegação portuguesa da OIT refere que o documento preliminar, criado pelas duas organizações com orientações para fazer face aos efeitos da pandemia de covid-19, "incita as entidades empregadoras a considerar o impacto das decisões das empresas na vida das famílias e a promover, na medida do possível, uma maior proteção social".

"Deve ser proporcionado um apoio suplementar, em especial, às pessoas com baixos rendimentos para minimizar as consequências negativas do surto para trabalhadores/as, entidades empregadoras suas famílias e crianças", lê-se no comunicado.

Entre as medidas propostas para ajudar trabalhadores a conciliar o trabalho com o apoio à família estão a gestão flexível do horário de trabalho, o teletrabalho e o pagamento de licenças e de baixas por doença ou assistência à família, entre outras.

Pede-se ainda às empresas que ajudem os trabalhadores no cuidado com as crianças, apoiando com opções seguras e responsáveis no contexto de covid-19, adequadas às necessidades das famílias e que evitem situações em que as crianças tenham de ser deixadas sem supervisão.

As empresas devem monitorizar e seguir as orientações das autoridades de saúde, comunicá-las aos trabalhadores e adotar boas práticas ao aplicar medidas baseadas no diálogo social, na legislação laboral e nas normas internacionais de trabalho, garantindo que não existem discriminações no acesso a medidas de apoio e que estas são acessíveis, conhecidas e compreendidas por todos.

Devem também reforçar as medidas de segurança e saúde no trabalho e incentivar a procura de ajuda médica e ajudar a gerir o 'stress'.

"As mulheres são, também, mais afetadas pela pandemia. São maioritárias nas profissões de saúde e de prestação de cuidados e têm maior probabilidade de não terem qualquer tipo de proteção social. Antes do surto de covid-19, as mulheres já realizavam mais de três quartos dos cuidados não remunerados em todo o mundo e é provável que tenha aumentado", refere o comunicado hoje divulgado.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).

Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

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