"O consumo de energia elétrica recuou 0,5% em março, face ao período homólogo, ou 1,7% com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis", apontou, em comunicado, a REN -- Redes Energéticas Nacionais.
De acordo com a empresa presidida por Rodrigo Costa, esta evolução deveu-se a um período de crescimento no início de março, "seguido de uma forte contração" após ter sido declarado estado de emergência para combater a propagação da pandemia covid-19.
Desde dia 18 e até ao final do mês em causa, o consumo, corrigido de temperatura, cedeu cerca de 8% face ao período equivalente do ano anterior.
Já no final do primeiro trimestre, a evolução anual situa-se em 0,2% ou 0,9% "com correção de temperatura e dias úteis".
Em março, o índice de produtibilidade hidroelétrica fixou-se em 0,87 e o de produtibilidade eólica em 0,96, "ambos abaixo dos regimes médios para esta altura do ano".
No entanto, a produção renovável abasteceu 69% do consumo e a não renovável 26%, enquanto os restante 5% corresponderam à energia importada.
Por sua vez, o índice de produtibilidade hidroelétrica para o primeiro trimestre do ano situou-se em 0,91, enquanto o de produtibilidade eólica registou 0,86, ambos abaixo da média histórica de 1.
Entre janeiro e março, a produção renovável abasteceu 69% do consumo, repartido pela hidroelétrica (35%), eólica (25%), biomassa (6%) e fotovoltaica (1,9%).
Já a produção não renovável abasteceu 31% do consumo, "praticamente apenas com o gás natural, já que a produção a carvão não teve qualquer significado".
Conforme destacou a REN, o saldo do trimestre foi "exportador", equivalendo a cerca de 1% do consumo.
No mercado de gás natural, por seu turno, o consumo registou, em março, uma subida homóloga de 20%, potenciada por um "forte crescimento" do segmento do mercado de energia elétrica, que avançou 176%, face a igual período do ano anterior, "com a substituição quase integral da produção a carvão por gás natural".
O segmento convencional registou, no período em causa, uma queda homóloga de 0,5%.
Também neste segmento e após a declaração do estado de emergência, o consumo caiu aproximadamente 4%, em comparação com o mesmo período de 2019.
No final do primeiro trimestre, o consumo aumentou 17,5%, "resultado de um crescimento de 90% no mercado elétrico e de uma contração de 1,3% no mercado convencional".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).
Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.