"A EDP reafirmou mais uma vez que não está interessada em discutir tabelas salariais até ao final desta crise da covid-19", disse Joaquim Gervásio, responsável pelo setor da energia da Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas).
A empresa esteve hoje reunida, por videoconferência, com todos os sindicatos representativos dos seus funcionários.
A Fiequimetal acredita que esta posição da elétrica "é um erro" porque o grupo tinha "condições para fazer um aumento nos salários", tendo em conta que "os trabalhadores da EDP continuam a manter o fornecimento de energia ao país todo, não há falhas de que se saiba", uma vez que os funcionários estão "sempre na rua", recordou Joaquim Gervásio.
O líder sindical lembrou que a EDP já deveria ter apresentado uma proposta, tendo já sido efetuadas "dez reuniões sem apresentar valores".
A reunião focou-se na gestão da crise originada pela covid-19, segundo Joaquim Gervásio, que deu conta de alguns infetados entre os funcionários do grupo.
A empresa sublinhou que "está preocupada com a saúde dos trabalhadores e disponibilizou algumas linhas dos seus serviços médicos para atendimento mais rápido", estando ainda "a fazer testes diretamente com os laboratórios, sem passar pelo Serviço Nacional de Saúde [SNS]", sendo que só os casos positivos passam para o SNS.
Foram ainda debatidas "algumas faltas de material em certos locais", de acordo com Joaquim Gervásio, tendo o grupo confirmado aos sindicatos que "todas as lojas físicas da empresa estarão fechadas e os 'call-centers' [os que são diretamente operados pela empresa] encontram-se a funcionar em teletrabalho devido ao risco de uso de equipamentos por mais de um trabalhador".
A EDP garantiu ainda que não prevê recorrer ao 'lay-off' para a sua força de trabalho, de acordo com Joaquim Gervásio, que recordou que continua a haver um grande número de trabalhadores na rua, a assegurar o fornecimento e produção de energia.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 870 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 44 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes e 8.251 casos de infeções confirmadas. Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.