A economia norte-americana perdeu no mês passado 701.000 postos de trabalho, pondo fim a uma tendência de 113 meses consecutivos de crescimento.
O número de postos de trabalho perdidos é o mais significativo desde março de 2009, na altura da crise financeira. Em fevereiro, a taxa de desemprego tinha recuado para 3,5%, o nível mais baixo em 50 anos.
No entanto, o Departamento do Trabalho explica, em comunicado, que ainda "não pode quantificar com precisão os efeitos da pandemia no mercado de trabalho em março".
As empresas norte-americanas começaram em março a cortar empregos, o que já não acontecia há quase 10 anos.
Os 701.000 empregos perdidos ultrapassaram largamente as previsões dos analistas, que apontavam para 150.000.
A maioria dos empregos destruídos (459.000) diz respeito aos setores de alojamento e lazer, principalmente bares e serviços de restauração, indica o Departamento do Trabalho.
Os Estados Unidos contam com mais 1,4 milhões de desempregados em março, ou seja, no total há 7,1 milhões de pessoas sem emprego.
Estes dados dizem respeito apenas à primeira parte de março, não refletindo por completo as restrições impostas progressivamente em diferentes estados norte-americanos a partir de meados do mês, que levaram muitas empresas a fecharem ou a reduzirem drasticamente a sua atividade.
Nas últimas duas semanas, perto de 10 milhões de pessoas pediram subsídios de desemprego nos Estados Unidos, num total de 152,3 milhões de trabalhadores que estavam em atividade em fevereiro.
O plano de relançamento da economia ratificado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, na semana passada alarga os apoios no desemprego a categorias que habitualmente não poderiam beneficiar deles, como os trabalhadores independentes.
A pandemia de covid-19 tinha feito até hoje 6.058 mortos nos Estados Unidos, com 245.601 pessoas infetadas, segundo uma contagem da Universidade norte-americana Johns Hopkins, considerada de referência.