A Arábia Saudita, que ocupa atualmente a presidência do G20, que junta as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, anunciou, em comunicado, que vai doar 150 milhões de dólares à Coligação para a Inovação na Prevenção para Epidemias, outros 150 milhões à Aliança Global para as Vacinas e a Imunização e os restantes 200 milhões a "outras organizações e programas de saúde regionais e internacionais".
Um dia depois de os Estados Unidos suspenderem o seu financiamento à Organização Mundial da Saúde, a Arábia Saudita não faz menção ao caso nem à OMS, mas vinca "a importância da solidariedade global e da cooperação para lutar contra esta pandemia".
O reino deixa um apelo a países, organizações não governamentais, agentes privados e outros para angariarem os fundos necessários para encontrar uma vacina contra o vírus.
O financiamento da Arábia Saudita será destinado a apoiar "as respostas de emergência e prontidão; o desenvolvimento e a implantação de novos diagnósticos, terapias e vacinas; o cumprimento das necessidades de vigilância e coordenação internacional; o fornecimento de equipamentos suficientes para os profissionais de saúde", detalha o comunicado.
O compromisso -- salienta o reino -- vai de encontro à posição adotada pelos líderes dos países do G20 no sentido de mobilizar todos os fundos necessários para que os organismos internacionais possam responder à emergência sanitária.
Na quarta-feira, o G20 anunciou a "suspensão temporária do pagamento da dívida para os países mais pobres", que precisem de destinar esse dinheiro ao combate à pandemia.
Também na quarta-feira, o presidente Donald Trump ordenou o congelamento do financiamento dos Estados Unidos à OMS, que tem nos Estados Unidos o seu principal doador, com entre 400 e 500 milhões de dólares por ano.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 141 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, na China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.