"Dos 59 mil trabalhadores que trabalham nesta indústria (...)a expectativa é de chegarmos ao final do ano com menos 12 mil trabalhadores", disse o presidente da AFIA, José Couto, numa conferência de imprensa para apresentação de resultados de um inquérito sobre 'lay-off' realizado pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal, em parceria com o ISCTE.
"Não queremos perder 12 mil trabalhadores. É muito importante a extensão do 'lay-off' provavelmente até ao final do ano porque desta maneira bloqueamos a perda de trabalhadores", defendeu José Couto.
Para o dirigente associativo, o Governo deverá estender a medida, que atualmente tem como prazo limite o final de junho, e adaptá-la ao setor.
Também o presidente da CIP, António Saraiva, voltou a destacar a necessidade de prolongar o 'lay-off' simplificado, lembrando que essa solução está a ser debatida na Concertação Social com o Governo.
A percentagem de empresas que aderiu ao 'lay-off' simplificado na indústria automóvel, segundo o líder da AFIA, ronda os 90% e 70% já tiveram aprovação por parte da Segurança Social.
Segundo José Couto, devido à crise causada pela pandemia covid-19, em 2020 serão vendidos menos 3,8 milhões de veículos automóveis face a 2019 "o que tem implicações sérias sobre a fileira da indústria de componentes".
O volume de negócios, de 12 mil milhões de euros registados em 2019 deverão baixar para 8,4 mil milhões, "um decréscimo de 30% o que nos coloca ao nível de 2014, 2015", frisou José Couto, acrescentando que a queda nas exportações em março atingiu um valor superior a 25%.