"Projeta-se que a dívida pública registe um forte agravamento do seu peso no PIB em 2020, seguindo-se uma redução ao longo do restante horizonte de projeção embora para níveis muito acima do período pré-pandemia", avança o organismo no seu relatório "Perspetivas Económicas e Orçamentais 2020-2022".
O organismo explica que, devido à "elevada incerteza e riscos inerentes" no atual contexto de pandemia, o CFP optou por apresentar dois cenários, um cenário base e um cenário severo, tendo em conta o impacto das medidas de confinamento e de política económica e orçamental.
No cenário base, o organismo presidido por Nazaré Costa Cabral projeta um aumento do rácio da dívida de 15,3 pontos percentuais (p.p.) do PIB, para 133,1%, enquanto no cenário severo esse aumento é de 24 p.p., elevando o rácio da dívida para 141,8% do PIB.
"Em qualquer dos cenários, o significativo aumento do rácio da dívida em 2020 é explicado pelo expressivo efeito dinâmico desfavorável, que traduz a conjugação do rácio de dívida preexistente com a contração da atividade económica e o efeito desfavorável dos juros", explica o conselho.
Já a redução projetada até 2022 "colocará aquele indicador em 129,8% do PIB no cenário base" e em 137,6% no cenário severo, diz o conselho liderado por Nazaré Costa Cabral.