Num documento de 120 páginas, intitulado "Visão Estratégica para o plano de recuperação económica e social de Portugal 2020-2030", Costa Silva assinala que este cluster "representa hoje 3% do PIB nacional e aglutina os Centros Tecnológicos da Forças Armadas, com uma rede de empresas nacionais e internacionais, Universidades e Centros de Investigação", envolvendo ainda "mais de 200 empresas exportadoras" e cobrindo as indústrias aeronáutica, espacial e de defesa.
"É necessário reforçar o investimento neste cluster, porque ele é uma alavanca para o desenvolvimento tecnológico do país", defende António Costa Silva na versão preliminar do documento que entregará ao Governo.
O consultor do primeiro-ministro considera que "devem ser apoiados" projetos relacionados com a mobilidade aérea urbana, com os microlançadores e os microssatélites, com a inovação no desenho e fabricação de estruturas aeronáuticas, com a vigilância marítima, o comando e controlo, a ciberdefesa, sistemas submarinos.
Para Costa Silva, são "projetos mobilizadores, que podem alavancar as competências e a competitividade de várias fileiras da indústria nacional".
O consultor sublinha que o cluster da Degfesa "cria emprego muito qualificado e tem capacidade para potenciar o desenvolvimento de tecnologias e soluções em ligação com outros setores, como a ótica de precisão, o têxtil inteligente, a engenharia aeronáutica e naval".
"Este cluster promove o duplo uso de bens e serviços e contribui para a competitividade e a internacionalização da economia portuguesa. A colaboração com empresas internacionais, como a Embraer e a Airbus potencia a integração das cadeias e sistemas tecnológicos e abre novas perspetivas para produtos de alto valor acrescentado", acrescenta.
No documento, Costa Silva preconiza como "crucial para o futuro" a criação de "um laboratório conjunto para reforçar as redes e as parcerias existentes, visando a internacionalização das empresas e o desenvolvimento das cadeias de valor".
"A execução dos investimentos previstos na Lei de Programação Militar, para construção de 6 novos navios-patrulha oceânicos deve ser fortemente apoiada e é muito importante assegurar a participação dos Estaleiros de Viana do Castelo, aumentando a capacidade produtiva nacional, à semelhança do que fazem outros países europeus", é outra das ideias lançadas por António Costa Silva.