Apesar da queda do PIB, Finanças já veem "recuperação progressiva"

Apesar da quebra profunda do PIB no 2.º trimestre do ano, que está "em linha com a queda verificada nos nossos principais parceiros económicos", o Ministério das Finanças já vê "sinais de uma recuperação progressiva da atividade".

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Beatriz Vasconcelos
31/07/2020 11:01 ‧ 31/07/2020 por Beatriz Vasconcelos

Economia

Finanças

O Ministério das Finanças refere que a queda do produto interno bruto (PIB) verificada no segundo trimestre do ano está em linha com as registadas nos principais parceiros económicos. Porém, adianta que a economia portuguesa já vai mostrando sinais de uma recuperação progressiva. 

"Nas últimas semanas, findo o estado de emergência, os indicadores económicos de alta frequência apresentam já sinais de uma recuperação progressiva da atividade económica", refere o Ministério das Finanças, em comunicado.

O Executivo justifica esta afirmação com os dados relativos às compras com recurso a cartão multibanco, que "tiveram uma recuperação significativa e na segunda semana de julho registaram uma variação homóloga positiva de 1%, depois de terem chegado a registar quedas homólogas superiores a 30% no mês de abril". Além disso, o "consumo de eletricidade empresarial mostrou sinais de recuperação em junho, com um crescimento de 7,9% face a maio", pode ler-se. 

O PIB contraiu 16,5% no segundo trimestre do ano, aquele que terá sido o mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE), na estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais, esta sexta-feira. É uma "forte contração", sublinha o INE, e não há registo de uma contração tão acentuada. 

"Esta redução muito acentuada do PIB no segundo trimestre reflete o impacto provocado pela pandemia de Covid-19 e está associada ao período de maior recolhimento do estado de emergência, que vigorou entre 18 de março e 2 de maio, e das restantes medidas de proteção sanitária implementadas e consequente queda da atividade económica", explica o Ministério tutelado por João Leão.

As medidas para conter a pandemia do novo coronavírus paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos EUA, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.

Para Portugal, Bruxelas prevê que a economia recue 9,8% do PIB em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.

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