O ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, disse, esta sexta-feira, que os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam a "quebra abrupta" em consequência da pandemia. No entanto, o governante já vê sinais positivos em junho e mostra-se confiante de que o pior já tenha sido ultrapassado.
"A maior intensidade da contração económica verificou-se nos meses de abril e maio, em junho a economia já teve uma ligeiríssima recuperação", disse o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, alertando que é necessário olhar para os próximos meses para perceber o impacto económico no conjunto do ano.
"É uma queda do PIB que confirma aquilo que já se sabia", disse Siza Vieira, destacando a forte queda das exportações. "Espanha, Itália e França tiveram quedas superiores às estimadas", disse o ministro, justificando que se tratam de parceiros económicos importantes para as exportações portuguesas.
"É uma quebra de PIB que confirma aquilo que já se sabia, que nós tivemos nos meses de abril e maio uma queda muito acentuada da atividade económica, com uma quebra muito acentuada do consumo privado, uma quebra do investimento, mas sobretudo uma grande quebra das exportações. São estes fatores, sobretudo a queda das exportações que explicam a queda do PIB no segundo trimestre", disse Siza Vieira aos jornalistas.
Estes números poderão também obrigar o Executivo a rever as projeções para a economia portuguesa incluídas no Orçamento Suplementar. Atualmente, o Governo prevê uma quebra do PIB na ordem dos 6,9%, mas o cenário pode ser revisto: "Obviamente estes números vão-nos obrigar a refletir sobre as previsões do Orçamento Suplementar", adiantou o ministro da Economia.
De acordo com Siza Vieira, a queda do PIB de Portugal no segundo trimestre está "alinhada" com as previsões de Bruxelas.
Siza Vieira mostra-se, assim, confiante de que o pior já tenha passado: "É de esperar que neste trimestre já tenhamos um crescimento" relativamente aos três meses anteriores, altura em que a economia caiu a uma taxa histórica.