Turismo interno limita quebra de hóspedes a 82% e de dormidas a 85,2%

O turismo interno permitiu uma queda da atividade turística "menos intensa" em junho face a maio, tendo os hóspedes diminuído 82,0% em termos homólogos e as dormidas recuado 85,2%, divulgou hoje o INE.

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Lusa
14/08/2020 11:36 ‧ 14/08/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em junho, o número de hóspedes ficou nos 493,5 mil, enquanto as dormidas foram 1,1 milhões.

As dormidas de residentes caíram 59,7% face ao mesmo mês de 2019 (-86,6% em maio), ainda assim muito abaixo da quebra de 96,2% das dormidas de não residentes (-98,8% em maio), refere o INE.

Os dados do INE apontam que, em junho, 46,3% dos estabelecimentos de alojamento turístico (hotelaria, alojamento local com 10 ou mais camas e turismo no espaço rural/de habitação) estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (74,1% em maio de 2020).

Os proveitos do setor mantiveram "decréscimos expressivos", registando uma variação total negativa de 88,5% (-97,5% em maio), para 53,4 milhões de euros.

Já os proveitos de aposento atingiram 42 milhões de euros, diminuindo 88,2% (-97,1% no mês anterior).

As dormidas na hotelaria (69,5% do total) diminuíram 87,6%, enquanto nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 20,4% do total) decresceram 79,2% e no turismo rural e de habitação (quota de 10,1%) recuaram 49,6%.

As dormidas em 'hostels' registaram uma diminuição de 86,8% em junho, representando 14,9% das dormidas em alojamento local e 3,0% do total de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico.

Em junho registou-se uma recuperação das dormidas de residentes, com o mercado interno (peso de 82,1%) a contribuir com 870,9 mil dormidas, o que representou um decréscimo de 59,7% (-86,6% em maio).

As dormidas dos mercados externos diminuíram 96,2% (-98,8% no mês anterior) e atingiram 190,2 mil.

No primeiro semestre do ano, as dormidas totais recuaram 65,9%, devido a variações negativas de 53,0% nos residentes e de 71,1% nos não residentes.

De acordo com o INE, os principais mercados emissores de turistas para Portugal mantiveram decréscimos superiores a 90% em junho, com as maiores quedas a registarem-se nos mercados chinês (-98,5%), britânico, norte-americano e irlandês (-98,3% em cada) e canadiano (-98,2%).

Desde o início do ano, todos os principais mercados recuaram, com destaque para os mercados irlandês (-85,9%), norte-americano (-77,3%), belga (-76,8%) e suíço (-76,7%). Os mercados canadiano (-58,0%), brasileiro e dinamarquês (-60,9% em ambos) foram, entre os principais, os que registaram menores decréscimos.

No mês em análise, todas as regiões registaram quedas das dormidas superiores a 70%, com exceção do Alentejo (-48,9%), tendo as maiores reduções acontecido na Madeira (-97,7%) e nos Açores (-96,9%).

O Algarve concentrou 31,5% das dormidas, seguindo-se o Norte (20,2%), Centro (17,0%), Alentejo (14,7%) e Área Metropolitana de Lisboa (14,2%).

No conjunto dos primeiros seis meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições foram o Alentejo (-52,2%), Centro (-61,2%) e Norte (-61,7%).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 13,0 euros em junho, o que corresponde a um decréscimo de 79,0% (-88,7% em maio).

Quanto à estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,15 noites), reduziu-se 17,9% (-18,9% em maio), sendo que a estada média dos residentes aumentou 1,4% e a dos não residentes diminuiu 14,6%.

Em junho, a taxa líquida de ocupação-cama registou uma "ligeira recuperação", para 14,6%, mas ainda assim recuou 40,6 pontos percentuais (-41,7 pontos percentuais em maio).

 

 

 

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