"Somos uma marca com uma fortíssima componente de internacionalização, perfeitamente consolidada -- 67% da nossa faturação vem dos mercados externos -- e continuamos em busca de novos mercados, onde possamos explorar com sucesso o nosso produto 'core', o 'jeanswear'", afirmou José António Ramos.
Destacando a evolução "muito positiva" da marca em Espanha, o CEO aponta ainda "uma enorme margem de progressão" neste país, que em 2019 "representou 30% das vendas, apenas menos 3% que Portugal, que foi o melhor mercado" da marca.
"A nossa intenção é continuar a crescer nestes mercados, com a certeza de que temos um produto único e todas as condições reunidas para nos tornarmos uma das marcas de 'jeanswear' mais reconhecidas da Europa", sustenta.
Em matéria de internacionalização, José António Ramos diz que a Salsa tem "alguns [novos] mercados na mira", considerados, "definitivamente, opções de futuro", destacando os casos da América Latina e da Europa de Leste.
"A estratégia de internacionalização está bastante consolidada e mantém-se 100% fiel aos nossos objetivos, apesar do momento socioeconómico complexo que atravessamos. Continuamos a avaliar e a estudar a entrada em outros mercados, é algo que temos em mente para o médio prazo", garantiu.
Já o modelo de expansão para esses novos mercados é que "está em constante desenvolvimento".
"As nossas lojas próprias representaram 43% da faturação de 2019. É claro que são uma grande aposta, o nosso modelo de marca omnicanal passa por elas e a nossa intenção é que, cada vez mais, as nossas lojas sejam locais de experiências que passem o ADN Salsa ao nosso cliente", explicou.
Por outro lado, o 'franchising' e o 'light franchising' também são modelos a que a Salsa recorre, nomeadamente m países onde não detém lojas próprias, pelo que "são considerados sempre que se fala de internacionalização".
Finalmente, recorda o presidente executivo, "as lojas multimarca sempre foram importantes para a Salsa, que nasce nesse modelo de negócio e só mais tarde transita para a loja própria", tendo no final de 2019 representado 28% da faturação da empresa, com vendas em "mais de 24 países, ainda que grande parte do negócio se concentre em seis países".
Originalmente uma lavandaria, a Salsa faz questão de manter "esse seu lado de manufatura e de 'expertise'", lavando atualmente cerca de 70% do 'denim' que vende no âmbito da aposta assumida da marca na "produção em proximidade".
"A produção nacional faz parte portefólio de produtos da Salsa desde sempre, até pela forma como a nossa marca nasceu, cresceu e prosperou, numa zona onde a indústria têxtil é absolutamente rainha e onde há um profundo 'know-how' sobre processos, materiais e técnicas de produção. Temos parceiros de décadas, que começaram a trabalhar connosco desde o início, há 25 anos. Também o nosso calçado é produzido integralmente em Portugal, tirando total proveito da indústria fantástica que temos cá, reconhecida mundialmente", disse à Lusa José António Ramos.