"Depois da inclusão da Norwegian no processo de reorganização na Irlanda, a empresa solicitou hoje um processo adicional para a recuperação ao abrigo da lei norueguesa", disse a companhia aérea num comunicado.
Uma recuperação "paralela" na Noruega beneficiaria todas as partes e aumentaria a "probabilidade" de um resultado bem sucedido, salientou o CEO, (Chief Executive Officer - presidente executivo) da Norwegian, Jacob Schram.
"Devemos agora aproveitar o tempo e trabalhar para o objetivo de reduzir a dívida da empresa, o número de aviões da frota e ser novamente uma empresa atrativa para os investidores", acrescentou Schram.
A terceira maior companhia aérea de baixo custo na Europa apresentou o pedido aos tribunais irlandeses em meados de novembro, depois de o Governo norueguês se ter recusado a dar apoio financeiro adicional para fazer face às perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus.
O pedido incluía a filial de gestão de ativos da Arctic Aviation Assets e a Norwegian Air International, responsável pela frota de aeronaves.
A Norwegian convocou uma assembleia extraordinária no dia 17 para procurar apoio dos acionistas para um plano de angariação de 4.000 milhões de coroas norueguesas (375 milhões de euros ou 452,7 milhões de dólares) através de um programa de conversão da dívida em capital e emissão de novos títulos.
A companhia aérea, que perdeu quase 600 milhões de euros (724,3 milhões de dólares) nos primeiros nove meses do ano devido ao impacto da pandemia, anunciou recentemente a suspensão de 1.600 postos de trabalho e a redução das suas rotas.
A Norwegian evitou a falência em maio depois de ter obtido o apoio dos credores e acionistas para um plano de conversão de 12,7 mil milhões de coroas (1,163 mil milhões de euros ou 1,404 mil milhões de dólares) de dívida em ações.
Esta conversão deu acesso a um auxílio estatal de 3.000 milhões de coroas (275 milhões de euros ou 332 milhões de dólares), metade de um pacote total para a indústria aérea norueguesa.
A Norwegian está há anos numa situação financeira difícil, agravada em 2019 pela proibição temporária de voo do Boeing 737 MAX e problemas com os motores Rolls Royce, e exacerbada pela crise do novo coronavírus.