Washington alega que o país foi penalizado pelo método de cálculo utilizado pela UE. Bruxelas é, por isso, acusada de cobrar um valor demasiado elevado de direitos alfandegários sobre os produtos norte-americanos, explicita uma nota divulgada pelo Representante do Comércio dos Estados Unidos.
Assim, as peças da indústria aeronáutica, os vinhos, excetuando espumantes, e os conhaques de França e da Alemanha serão, em retaliação, acrescentados à lista de produtos tributados desde 2019, no âmbito do litígio sobre os auxílios públicos para a Boeing e para a Airbus.
A UE também foi autorizada este ano, pela Organização Mundial do Comércio (OMC) a cobrar direitos aduaneiros adicionais sobre os produtos norte-americanos.
Contudo, os EUA contestaram, sob a égide do agora Presidente cessante, Donald Trump. O Representante do Comércio dos Estados Unidos considerou que Bruxelas "utilizou dados comerciais de um período durante o qual os volumes do comércio foram consideravelmente reduzidos devido aos terríveis efeitos da covid-19 na economia global".
A União Europeia "impôs tarifas sobre muitos mais produtos do que o teria feito" se se tratasse de um período normal, sustenta Washington, e "embora os Estados Unidos tenham explicado à UE o efeito de distorção do período escolhido", Bruxelas "recusou mudar a abordagem".
Desde 2019 que os EUA impõem tarifas punitivas às importações europeias, como, por exemplo, o vinho, o queijo, o azeite, o whisky escocês, assim como impostos de 15% sobre os aviões da Airbus. Washington recebeu autorização da OMC para um valor até aos 7,5 mil milhões de dólares.
Em retaliação a União Europeia aplicou tarifas adicionais este ano de quatro mil milhões de dólares em importações provenientes do território norte-americano.