"Esta variação foi influenciada por fatores extraordinários, nomeadamente a recuperação significativa de uma exposição de crédito em 2023, que levou à reversão de 2,6 mil milhões de meticais (36 milhões de euros) em imparidades, (...) e o aumento, em 2024, de 2,1 mil milhões de meticais (28 milhões de euros) em custos com imparidades para dívida pública, em resultado da revisão em baixa do rating das emissões do Estado em moeda nacional", refere o BIM em comunicado.
Apesar da variação, o BIM considera que, em 2024, o banco "reafirmou" a sua "solidez e resiliência operacional", destacando que o rácio de solvabilidade esteve situado em 36,7%, "muito acima do mínimo", que é de 12%.
"O banco continuou a expandir a sua base de clientes, com um crescimento de 7%, atingindo 2,1 milhões. Os clientes digitais cresceram 8%, representando 44% do total, confirmando o sucesso da estratégia de transformação digital", refere o banco, que acredita que, sem os choques externos, teria alcançado em 2024 um resultado líquido equivalente ao do ano anterior.
o banco, controlado pelo português BCP e participado pelo Estado moçambicano, assinala que apesar da descida das taxas de juro, a margem financeira registou um crescimento de 1% em termos homólogos".
Destaca também que, "apesar das limitações à atividade ocorridas no 4.º trimestre, em resultado do período de tensão social, as comissões líquidas cresceram 1%, beneficiando do aumento da transnacionalidade dos clientes".
A classificação do banco central coloca o Millennium BIM, ao lado do BCI e do Standard Bank, como três bancos considerados sistémicos.
Os bancos moçambicanos lucraram 30,8 mil milhões de meticais (445,3 milhões de euros) em 2023, mais 8,1% face ao ano anterior, dos quais 73,9% concentrados nas três maiores instituições, segundo dados anteriores do Banco de Moçambique.
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