Metro do Porto com quebra na procura na ordem dos 50% em 2020
O Metro do Porto teve em 2020 uma quebra da procura "na ordem dos 50%" devido à covid-19, revelou hoje o presidente da empresa, que espera "duplicar" numa década os 70 milhões de validações anuais de 2019.
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Economia Covid-19
"No ano de 2020 tivemos uma quebra muito significativa, na ordem dos 50% da procura", revelou Tiago Braga durante o Portugal Railway Summit, uma conferência organizado pela Plataforma Portuguesa de Cluster Ferroviário.
Frisando que a pandemia da covid-19 veio "intensificar a utilização do transporte individual", o responsável mostrou-se preocupado com os efeitos a longo prazo em matéria de mobilidade.
"A mudança envolve sempre uma alteração de atitude e comportamento, uma alteração de paradigma face à forma como nos relacionamos com o meio e, aí, a covid-19 teve impacto. Mas, mais importante, é o que provocará amanhã, qual o seu efeito residual", salientou.
O presidente da Metro do Porto afirmou que, no decorrer da pandemia, a alteração de comportamentos de mobilidade das pessoas originou "uma abordagem quase classista na utilização do transporte público".
"Este é mais um desafio que os operadores têm de conseguir enfrentar", defendeu.
A sessão, moderada por António Costa Silva e na qual participaram também os presidentes da Comboios de Portugal (CP), Infraestruturas de Portugal (IP) e do metropolitano de Lisboa, foi dedicada aos planos de investimento portugueses.
Quanto aos planos para a próxima década, Tiago Braga revelou que a Metro do Porto está "a dias" de obter o visto do Tribunal de Contas para a expansão da Linha Amarela e construção da Linha Rosa, dois projetos que se "traduzem na visão integrada" da operadora de transportes.
Segundo o presidente da Metro do Porto, um dos objetivos da Linha Rosa, formada por quatro estações e cerca de três quilómetros de via, ligando S. Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música é "retirar 800 veículos rodoviários pesados, os autocarros, do centro do Porto".
Já a extensão da Linha Amarela, que vai acrescentar três quilómetros, ligando Santo Ovídio a Vila d'Este pretende "atrair clientes para o modo de transporte coletivo em detrimento do individual".
A construção da Linha Rosa e a extensão da Linha Amarela representam um investimento total de mais de 407 milhões de euros, sendo que a par disso, a Metro do Porto tem a decorrer um contrato de fornecimento de 18 composições de material para a sua frota, no valor de 50 milhões de euros.
Tiago Braga adiantou ainda que a Metro do Porto espera conseguir numa década "duplicar aquilo que era o cenário de partida [da procura] de 2019", que se fixou "acima das 70 milhões de validações".
"O nosso objetivo é duplicar o cenário de partida de 2019, com cerca de 70 milhões de validações a mais, mas também, com uma rede com mais 40 quilómetros", revelou.
A Portugal Railway Summit, que decorre até quarta-feira, é organizada no âmbito do Ano Europeu do Transporte Ferroviário e da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
Em debate vão estar os investimentos na reabilitação e modernização da Rede Ferroviária Nacional que a IP tem promovido no âmbito do programa Ferrovia2020, bem como os projetos futuros a realizar através do Programa Nacional de Investimento -- PNI2030.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.227.605 mortos resultantes de mais de 102,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.757 pessoas dos 726.321 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
[Notícia corrigida às 16h23.]
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