"A atividade económica vai continuar moderada no primeiro trimestre devido à continuação das medidas de contenção da pandemia de covid-19, anunciadas em 15 de janeiro, as inundações causadas pelo ciclone tropical Eloise e pela guerra civil em curso em Cabo Delgado", escrevem os analistas.
De acordo com esta filial africana da consultora Oxford Economics, "os últimos números sobre a evolução da atividade económica, referentes ao último trimestre do ano passado, indicam que o crescimento económico ficou abaixo do previsto, depois de ter registado contrações relativamente benignas no segundo e terceiro trimestres devido à produção agrícola resiliente".
No ano passado, a economia de Moçambique registou uma queda de 1,2%, que compara com a previsão de quebra de 0,3% avançada por estes consultores, que explicam a diferença com "uma contração muito maior que a prevista no último trimestre de 2020".
Esta queda, "a primeira em mais de 20 anos, foi impulsionada pela pandemia de covid-19, mas também reflete a quebra sustentada da produção desde o escândalo das dívidas ocultas e a descida dos preços das matérias-primas".
Na terça-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique anunciou que o PIB caiu 1,28% em 2020, refletindo o impacto da pandemia de covid-19.
"O PIB a preços de mercado apresentou uma variação de -2.37% no quarto trimestre de 2020 comparado ao mesmo período do ano anterior e, em termos acumulados, dos quatro trimestres de 2020, situou-se em -1.28%", lê-se no documento.
Só o primeiro trimestre de 2020 registou crescimento relativamente ao mesmo período do ano anterior, uma subida de 1,68%.
Nos restantes, a economia retraiu-se, sobretudo devido às restrições à atividade impostas para conter a pandemia, com reflexo no abrandamento económico.