"Antevemos que a taxa de câmbio média para o kwanza vá depreciar-se mais de 10% este ano quando comparado com o ano passado, o que vai colocar pressão nos preços do consumidor, devido à forte dependência de Angola dos bens importados", escrevem os analistas desta filial africana da consultora birtânica Oxford Economics.
Num comentário à evolução do kwanza, a NKC diz que "a previão para a taxa média de inflaçãoem 2021 é de 22,4%, ligeiramente acima da taxa de 22,3% registada no ano passado".
O aumento dos preços do petróleo, em linha com a subida da procura, vão beneficiar o segundo maior produtor de petróleo na África subsasaariana, mas a moeda angolana, alertam, "vai continuar vulnerável devido à frágil recuperação económica e à procura global incerta devido às infeções de covid-19 nos países mais desenvolvidos".
Os preços em Angola aumentaram 24,82% nos últimos 12 meses, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, divulgados em meados de maio, depois de ter visto um aumento de 2,09% nos preços entre março e abril.
"A variação homóloga situa-se em 24,82%, registando um acréscimo de 4,01 pontos percentuais com relação a observada em igual período do ano anterior", refere o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN).
O mesmo documento aponta que os preços aumentaram também 2,09% entre março e abril.
O valor registado em abril deste ano representa um aumento de 0,31 pontos percentuais face ao mês anterior e, em termos homólogos, de 0,04 pontos percentuais face aos 2,05% registados no mesmo período do ano passado.
Já desde o início do ano, a inflação em Angola soma 7,65%, valor semelhante ao registado nos primeiros quatro meses de 2020, quando alcançou os 7,89%. Em relação a 2019, isto representa um aumento de 3,25 pontos percentuais face aos 4,40% então registados.
Na proposta do Orçamento Geral do Estado angolano para 2021, Luanda estimou uma taxa de inflação acumulada anual de 18,27% para este ano.