"Temos de combinar as metas ambientais com a necessidade de ter uma economia competitiva", referiu o ministro na sessão de encerramento da conferência de alto nível sobre "Financiamento Sustentável: Novos Desenvolvimentos", organizada pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.
Falando como ministro da Economia de Portugal mas também como membro do Conselho Europeu para a Competitividade, sublinhou que os grandes desafios e a significativa mudança que a redução das emissões em 55% até 2030 face a 1990 e a descarbonização até 2050 vão impor à indústria, aos transportes e aos processos de produção, vão implicar um esforço muito grande e uma grande capacidade de mobilização de fundos.
"Estamos muito cientes de que devemos encarar esses desafios que são necessários para garantir que preservamos o planeta para as gerações futuras, ao mesmo tempo que estamos bem cientes de que temos de assegurar que a economia da União Europeia continua a ser competitiva", precisou o ministro, assinalando que tal implica que as novas tecnologias que vão ser necessárias para atingir as metas de descarbonização e de travagem das alterações climáticas sejam obtidas "a um ritmo e a um custo" apropriado e sustentável.
Salientando a "ambição" que a UE colocou no "Next Generation EU" (fundo com 750 mil milhões de euros) e a forma como os setores público e privado se estão a alinhar, o governante manifestou confiança de que será possível fazer as significativas mudanças que as metas ambientais vão impor.
Neste contexto, apontou o papel que o sistema financeiro e as instituições financeiras, bem como o setor privado, terão para a concretização do investimento que será necessário para concretizar as mudanças.
Pedro Siza Vieira referiu ainda que o impacto nos modelos de negócio vai ser significativo, mas que também muitas oportunidades de negócio vão surgir nesta transição para a descarbonização.
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