Numa assembleia de credores que ainda decorre no Tribunal de Guimarães, dos 500 credores daquela que foi uma das maiores têxteis do concelho abstiveram-se 9,7%, entre os quais a Segurança Social e 216 trabalhadores. Apenas 1,6% dos credores votaram contra aquela venda.
Os grandes credores, ou seja, a banca, nomeadamente a Caixa Geral de Depósitos, o Novo Banco e o BCP votaram a favor.
Os credores da Coelima voltaram hoje a reunir-se no Juízo de Comércio de Guimarães para escolher entre as três propostas para compra da têxtil, apresentadas pela Mabera e pelos consórcios Mundo Têxtil/Felpinter e RTL/José Fontão.
De acordo com as propostas reformuladas abertas na passada segunda-feira pelo administrador de insolvência, Pedro Pidwell, a oferta de valor mais elevado era a da Mabera, que se propõe então pagar perto de 3,637 milhões de euros pela Coelima.
Segue-se a do consórcio Mundo Têxtil/Felpinter (que oferece 2,615 milhões de euros) e a da RTL/José Fontão & Cia, no valor de 1,75 milhões de euros.
As três propostas que anteriormente tinham sido apresentadas por estas empresas ficaram sem efeito, já que a assembleia de credores realizada em 18 de junho deliberou que, até às 18:00 da passada segunda-feira, os três interessados na aquisição da insolvente - ou outros que, entretanto, surgissem - pudessem melhorar as respetivas ofertas.
Na assembleia de credores do passado dia 18, que durou mais de quatro horas, a venda da empresa de Guimarães, proposta pelo administrador de insolvência, foi aprovada por mais de 96% dos votos.
A análise e decisão final quanto às várias ofertas em cima da mesa - que se propõem, todas, dar continuidade à atividade da Coelima e manter os cerca de 250 postos de trabalho existentes - foi, contudo, adiada para hoje, com a assembleia de credores a ser retomada a partir das 10:00.
De acordo com o relatório do administrador de insolvência, a "venda antecipada do estabelecimento" é a opção que "permitirá salvaguardar os postos de trabalho e, consequentemente, o próprio estabelecimento, evitando deteriorações e depreciações resultantes do encerramento".
Parte integrante do grupo MoreTextile - que, em 2011, resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital -, a Coelima apresentou-se à insolvência no passado dia 14 de abril, na sequência da quebra de vendas "superior a 60%" provocada pela pandemia e da não aprovação das candidaturas que apresentou às linhas covid-19.
Leia Também: Credores da Coelima decidem hoje entre propostas para compra da têxtil