"A França esteve sempre muito envolvida na necessidade de ter um novo sistema de tributação internacional para o século XXI. Não estamos longe de alcançar um acordo global", sublinhou Bruno Le Maire.
Em declarações aos jornalistas, durante a Cimeira da Recuperação, em Lisboa, o ministro francês disse estar otimista quanto a um "compromisso político" na reunião de ministros das Finanças e governadores, no âmbito da Cimeira de Líderes do G20, em Veneza.
"Queria pedir a todos os Estados-membros da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] que ainda estão hesitantes ou que ainda têm alguma preocupação, para darem o seu melhor de modo que consigamos alcançar um acordo técnico esta semana, (...) e um compromisso político no G20 na próxima semana em Itália", apelou Bruno Le Maire.
Para o governante francês, um "acordo global" ao nível da tributação digital e da tributação mínima "significaria uma clara melhoria da situação económica em todo o mundo", além de potencialmente "fornecer novos recursos para financiar o combate às alterações climáticas".
"Portanto, vamos dar um último ímpeto e espero que para a semana possamos alcançar um acordo político, que será um acordo global sobre um novo sistema de tributação para o século XXI", vincou o ministro.
Bruno Le Maire defendeu ainda que a UE deve ter "coragem para correr riscos" se quiser ter "acesso a novas inovações e tecnologias disruptivas", com a tecnologia 5G [quinta geração].
"Alguns dos nossos investimentos vão ser bem-sucedidos, outros vão falhar. É a vida e não devemos ter receio de correr tais riscos", salientou.
De acordo com o ministro francês, o bloco europeu deve aproveitar o que designou "janela de oportunidade" para "fazer investimentos comuns", advertindo que "hoje nenhuma nação tem a possibilidade de investir individualmente na escala certa para ter acesso a hidrogénio, à indústria automóvel, com os novos carros elétricos, etc".
"Temos de juntar esforços para ter importantes investimentos para continuar no nível dos Estados Unidos e da China e aumentar o nível de crescimento potencial", defendeu Bruno Le Maire.
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