Numa análise hoje divulgada, a DBRS Morningstar nota que, no primeiro semestre de 2021, os bancos portugueses (BCP, CGD, Novo Banco, Santander Totta, BPI e Caixa Económica Montepio Geral) apresentaram um resultado líquido agregado de 678 milhões de euros, face a um resultado líquido negativo de 67 milhões no período homólogo de 2020.
"Numa base trimestral, o lucro líquido totalizou 390 milhões, face a um prejuízo líquido de 140 milhões no segundo trimestre de 2020", acrescenta.
Segundo a DBRS, "o catalisador desta evolução foi a redução das provisões de crédito", tendo-se ainda observado uma redução nas despesas operacionais, bem como um aumento nas taxas e nas receitas provenientes dos mercados de capitais.
A agência de notação refere que o resultado líquido agregado da banca portuguesa "foi mais significativamente afetado pelo Novo Banco, que voltou ao lucro em 2021", tendo dois dos bancos da amostra relatado um lucro líquido mais baixo, enquanto um outro manteve o prejuízo, embora com uma redução homóloga.
"Em termos homólogos, as provisões e imparidades totais dos bancos portugueses diminuíram 48% no segundo trimestre de 2021, principalmente devido à redução das imparidades de crédito, à medida que a economia portuguesa começa a recuperar da pandemia. No entanto, o total de provisões aumentou ligeiramente em relação ao trimestre anterior", refere a DBRS.
Apesar do impacto da pandemia, a agência destaca que o 'stock' de crédito mal parado (NPL, do inglês 'Non Performing Loans') do sistema bancário português "continuou a diminuir, embora a um ritmo mais lento", recuando, na amostra de bancos considerada, para 5,1% no segundo trimestre, face a 6,5% no mesmo período de 2020.
Recordando que, por enquanto, várias medidas de apoio - como moratórias de empréstimos e empréstimos garantidos pelo Estado -- "continuam a proteger a qualidade dos ativos dos bancos", a DBRS Morningstar alerta que "o surgimento de novos NPLs poderá acelerar após o fim dessas medidas em 2021, particularmente no segmento empresarial".
"As moratórias em Portugal continuam a representar uma elevada proporção do crédito total, com uma média ponderada de 15%, bem acima do nível europeu. Para alguns bancos, essa proporção está próxima ou acima de 20% da carteira total de empréstimos", precisa.
Segundo a DBRS, "a maior parte dos empréstimos sob moratória são de PME [Pequenas e Médias Empresas] e irão expirar no terceiro trimestre de 2021".
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