PM indigitado de Marrocos retira-se da gestão do seu grupo empresarial

O empresário Aziz Akhannouch, indigitado chefe do Governo de Marrocos, anunciou hoje que se vai retirar de "toda a gestão" do seu grupo empresarial familiar, numa aparente intenção de evitar novas críticas de conluio entre negócios e política.

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© FADEL SENNA/AFP via Getty Images

Lusa
13/09/2021 19:37 ‧ 13/09/2021 por Lusa

Economia

Aziz Akhannouch

 

Akhannouch, com uma fortuna avaliada em dois mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros), fez estas declarações enquanto prossegue os contactos para a formação de um novo Governo após a vitória do seu partido União Nacional de Independentes (RNI, liberal) nas eleições legislativas de 08 de setembro, infligindo uma pesada derrota aos islamitas moderados.

Em comunicado, o magnata, considerado próximo do Palácio Real onde se concentra o poder efetivo, indicou "o início de um processo imediato de retirada de toda a gestão na 'holding' familiar para se consagrar inteiramente às novas funções".

Segundo a Forbes, Aziz Akhannouch é o principal acionista do grupo Akwa, um conglomerado fundado por seu pai e um sócio em 1932, com interesses nos hidrocarbonetos e imobiliário.

Ministro da Agricultura desde 2017, não esteve isento de críticas ao ser acusado de constituir um símbolo da promiscuidade entre negócios e política.

O chefe do RNI que garantiu 102 dos 395 lugares no parlamento, iniciou negociações com Abdelatif Ouahbi, secretário-geral do Partido Autenticidade e Modernidade (PAM, liberal), que garantiu a segunda posição com 86 lugares.

"Recebemos sinais positivos do chefe do Governo designado e o diálogo vai prosseguir", precisou Ouahbi em declarações aos 'media'.

As relações entre o RNI e o PAM registaram momentos de tensão durante a campanha eleitoral, com Ouahbi a acusar o PAM de compra de votos e de candidatos.

Primeira força da oposição nos últimos cinco anos, o PAM foi fundado em 2008 por Fouad Ali El Himma, um influente conselheiro real, que abandonou a liderança em 2011.

São ainda aguardadas conversações com outros partidos com representação parlamentar. Logo após a sua indigitação pelo rei Mohammed VI, Akhannouch comprometeu-se em formar uma "maioria coerente e abrangente".

O seu partido liberal afastou do poder dos islamitas legalistas do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (PJD), que controlavam o Executivo há uma década.

A formação islamita apenas garantiu o oitavo lugar com apenas 13 deputados eleitos, longe dos 125 que mantinha no anterior hemiciclo.

Leia Também: Marrocos vai às urnas. Em jogo o futuro dos islamitas no poder

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