O concurso público para a empreitada já está a decorrer e a apresentação de propostas termina a 28 de fevereiro. De acordo com o anúncio do procedimento publicado no Diário da República, o prazo de execução dos trabalhos é de três anos.
A obra tem financiamento assegurando no âmbito do pacto da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE).
O projeto foi elaborado pelo Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da Universidade da Beira Interior, sediada na Covilhã, no âmbito de um protocolo de colaboração assinado, em 2019, com a Câmara de Trancoso, distrito da Guarda.
"Estamos muito satisfeitos porque conseguimos concretizar um sonho que já vem de alguns anos. É uma obra de grande importância para Trancoso e estruturante para o futuro e a atratividade da cidade", considera Amílcar Salvador, presidente do município, em declarações à agência Lusa.
"É um edifício importante, bem localizado no 'coração' do centro histórico, mas que está em ruína há muitos anos. Era como que uma ferida urbanística", recorda o autarca, acrescentando que o imóvel e um conjunto de casas acopladas foram adquiridos pela Câmara há cerca de 10 anos.
"Desde então houve muito trabalho para elaborar o projeto, consolidar a cobertura e algumas paredes, e, sobretudo, criar condições para agora lançar esta obra que vai dar origem a um polo de cultura num dos centros históricos mais expressivos do país", afirma.
Segundo Amílcar Salvador, o futuro Museu da Cidade vai ter uma área para exposições temporárias e permanentes, uma sala polivalente com capacidade para 250 lugares, áreas de apoio e uma zona de trabalho para o arquivo municipal e o serviço de arqueologia.
"Vamos criar um conjunto de conteúdos interativos para divulgar as Bodas Reais de D. Dinis e Isabel de Aragão, a Batalha de Trancoso, apresentar alguns achados arqueológicos no planalto de São Marcos, onde teve lugar esta batalha em 1385", adianta o presidente do Câmara.
O Museu da Cidade vai também acolher o espólio que a pintora Eduarda Lapa, que era natural de Trancoso, doou ao município, bem como "muitos ateliers e exposições temáticas", refere.
Amílcar Salvador realça que haverá também uma área dedicada à obra do artista plástico contemporâneo Albuquerque Mendes, também natural da 'cidade de Bandarra'.
"Só esperamos que tudo corra bem, que haja empresas a concorrer e que a obra se concretize com alguma rapidez para que o Museu da Cidade seja uma realidade em breve", declara o edil trancosense.
Datado de finais do século XVIII, o Solar dos Costas, Lopes e Tavares, popularmente conhecido por Palácio Ducal, foi comprado em 2014 pela Câmara, por 350 mil euros.
Leia Também: Aethel quer reforçar minas de Moncorvo após DGEG observar inatividade