ONG acusa G20 de "estar a dormir" sobre a dívida pública

A organização não-governamental (ONG) Comité para o Jubileu da Dívida acusou o grupo das 20 economias mais industrializadas do mundo (G20) de "estar a dormir" relativamente à questão do elevado endividamento dos países vulneráveis.

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Lusa
17/10/2021 09:21 ‧ 17/10/2021 por Lusa

Economia

Dívidas

 

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"O G20 está a dormir relativamente à questão da crise da dívida, que se intensifica nos países de baixo rendimento", disse o diretor de Políticas da ONG dedicada à sustentabilidade da dívida pública.

"O esquema de suspensão da dívida do G20 suspendeu menos de um quarto dos pagamentos, e os planos de reestruturação da dívida não reestruturou nenhuma dívida", vincou Tim Jones, numa nota enviada à Lusa.

Para o economista, "a atual subida das taxas de juro a nível global vai piorar a crise, impedindo os países de recuperar da pandemia, pelo que é urgentemente necessário forçar os credores privados a participarem nas reestruturações da dívida".

As declarações de Tim Jones surgem no final da semana em que os ministros das Finanças do G20 se reuniram, no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, na qual "reafirmam a importância de os credores privados oferecerem tratamentos da dívida em termos pelo menos tão favoráveis [como os dos credores públicos], em linha com o princípio do tratamento comparável", segundo esta ONG, que lamenta que não tenha havido uma posição mais forte.

"O comunicado não anuncia quaisquer medidas que obriguem os credores privados a entrar nas reestruturações de dívida" dos países mais vulneráveis, entre os quais está a Zâmbia, o Chade e a Etiópia, que pediram para aderir ao Enquadramento Comum para além da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI), criada em abril de 2020 para ajudar os países a suportarem o reforço da despesa pública nos sistemas de saúde.

Segundo os dados apresentados pelo Comité para o Jubileu da Dívida, retirados da base de dados estatística do Banco Mundial, "a DSSI levou à suspensão de menos de um quarto dos pagamentos de dívida para os países que aderiram, com os credores privados a receberem o maior volume de pagamentos de dívida, 14,9 mil milhões de dólares [12,8 mil milhões de euros], tendo suspendido apenas 0,2% dos pagamentos".

 

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