De acordo com o documento hoje divulgado ao mercado com as linhas estratégicas até 2026, para alcançar "patamares de faturação superiores a 3.800 milhões de euros, "será relevante a implementação do novo modelo de gestão do grupo que promoverá maior eficiência, assim como o aprofundamento da cooperação" entre a Mota-Engil e o novo acionista, a CCCC [China Communications Construction Company], dona de 32,4%, "nos diversos eixos estratégicos a que se propõe o grupo nos próximos cinco anos".
A Mota-Engil fechou 2020 com um volume de negócios de 2.429 milhões de euros, o que representou uma queda de 17% face ao ano anterior. Já no primeiro semestre, a empresa faturou 1.138 milhões de euros.
O grupo definiu como prioridade um crescimento mais expressivo dos segmentos de ambiente, concessões e serviços industriais de engenharia, o que permitirá que em 2026 o negócio não construção contribua com 55% para o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) - e a engenharia e construção reduza o seu contributo para 45%.
Neste âmbito, o grupo vai criar uma Unidade de Ambiente com vocação global, concentrando todo o portfólio nesta área, com uma ambição de crescimento de 30% no período de cinco anos, elevado a margem EBITDA do negócio de 24% para 30% em 2026, lê-se no documento enviado ao mercado.
Por outro lado, o reforço do segmento dos Serviços Industriais de Engenharia, considerado um dos maiores impulsionadores de crescimento do grupo nos próximos anos, será suportado no sólido pipeline e na ampla experiência em África", sendo o objetivo proposto para 2026, o de alcançar 425 milhões de euros de faturação neste segmento (129 milhões em 2020) e margens EBITDA de 33%.
A Mota-Engil propõe-se a aumentar a "dimensão média dos mercados (objetivo de triplicar o valor médio de faturação por mercado) com contributo equilibrado das regiões Europa, Árica e América Latina", a elevar a margem EBITDA consolidada para 18%, com melhoria da sua conversão em 'cash', e melhorar a rentabilidade de modo a alcançar uma margem líquida de 3% no resultado líquido do grupo.
A sustentabilidade é outra prioridade, tendo o plano a cinco anos, "pela primeira vez, objetivos quantitativos estabelecidos", que "permitirão medir o cumprimento de ambição com objetivos de desenvolvimento sustentável".
Ao mesmo tempo, o grupo quer dar continuidade ao programa de eficiência e controlo de custos de modo a concretizar "uma redução representativa de 50 milhões de euros anuais em 2026 quando comparado com 2020, assim como uma otimização da intensidade de CAPEX [investimento] que se pretende assegurar, apesar do crescimento em negócios de não-construção".
O grupo quer ainda promover, entre 2022 e 2026, "o investimento de 25 milhões de euros em inovação para evolução dos negócios atuais e criar novos modelos de negócio sustentáveis".
Em relação à dívida, a Mota-Engil define como metas a melhoria do rácio de dívida Líquida/EBITDA, a otimização da maturidade e a redução do custo médio da dívida.
A família Mota continua a ser a principal acionista da empresa, com 40% do capital, através da FM -- Sociedade de Controlo, SGPS, SA.
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