"Claramente que ficou aquém das expectativas, em especial naqueles alojamentos que estão enquadrados numa malha urbana que sentiram muito mais a quebra dos cancelamentos do que aqueles que estão numa malha mais rural ou numa ilha mais isolada, porque estes tiveram reservas com maior duração", disse o presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores, Rui Correia.
Em declarações à agência Lusa, para um balanço do Natal e passagem de ano, o responsável da Associação sublinhou que "depois do que aconteceu no verão e, principalmente, em outubro e novembro, meses muito bons", os empresários do alojamento local "tinham boas expectativas", mas "algumas reservas foram canceladas à última da hora".
E, nos casos de "algumas reservas de média duração", os clientes "solicitaram um adiamento para um período mais à frente", acrescentou.
"Ficou aquém das expectativas porque existiam alguns sinais interessantes de que talvez este ano o mês de dezembro poderia combater um pouco a sazonalidade", vincou.
No balanço já feito pela Associação do Alojamento Local dos Açores, os empresários dizem que é evidente "alguns cancelamentos" feitos à "última hora", em particular, por causa das restrições impostas pela pandemia.
"As pessoas tinham uma expectativa e depois perceberam que não seria fácil usufruir de forma natural das suas miniférias", assinalou à Lusa Rui Correia.
O responsável disse ter notado, devido às medidas restritivas de combate à pandemia, "uma preocupação das pessoas em todo o trajeto até chegarem aos Açores".
"Estamos no meio do Atlântico. As pessoas para cá chegarem tinham de passar por mais do que um aeroporto e as restrições devido à pandemia, não só eram a nível da região, como também eram a nível da própria Europa e dos Estados Unidos da América", referiu.
Ainda assim, o presidente da Associação do Alojamento Local dos Açores explicou que "nem todos os cancelamentos vão dar origem a um cancelamento efetivo" porque "há clientes" que solicitaram uma nova data para a reserva já efetuada, devido às restrições impostas nas viagens, "seja dos países de origem, seja à chegada a Portugal".
Rui Correia manifestou ainda alguma preocupação quanto aos primeiros três meses deste ano.
"Se continuarmos com as restrições nas viagens há uma preocupação, porque até estas pessoas que cancelarem as reservas de dezembro e que adiaram a viagem poderão não vir", disse.
Idêntica preocupação manifestou o delegado nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal.
"Há alguma apreensão para o primeiro trimestre. Tememos algumas dificuldades com o aumentar dos casos de covid-19 e restrições que têm vindo a ser impostas para o combate à pandemia. O primeiro trimestre serão meses com muito pouco movimento", apontou Fernando Neves à Lusa.
Num balanço à quadra de Natal e passagem de ano, o responsável nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal adiantou que as taxas de ocupação ficaram "um pouco abaixo daquilo que inicialmente estava previsto, com alguns cancelamentos".
"Houve algum movimento, mas foi abaixo das expectativas, principalmente ao nível do final de ano", sustentou Fernando Neves.
Sem avançar para já com números exatos, o responsável admitiu que "a média da taxa de ocupação" nos hotéis "poderá ter andado abaixo dos 50%".
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