"Vamos lançar agora, no início do ano, opções sobre empresas portuguesas", disse a responsável numa conferência de imprensa de apresentação das atividades da Euronext, realizada por meios telemáticos.

Isabel Ucha explicou que a Euronext Lisbon tem contratos de futuro sobre o PSI20 e contratos de futuro sobre algumas empresas portuguesas, pelo que pretende "lançar nas primeiras semanas do ano" contratos de opções sobre empresas portuguesas.

Os contratos de opção são contratos que atribuem um direito de aquisição, isto é, opção de compra, ou alienação, a opção de venda, de um ativo a um dado preço. Nestes casos, o vendedor assume a obrigação de vender ou comprar o ativo, enquanto o comprador fica com o direito, mas não a obrigação.

Apesar de sublinhar que "as opções são um instrumento que tem interesse para qualquer tipo de investidor", a presidente executiva da bolsa de Lisboa admitiu que a expectativa é que "possa ter um interesse particular para investidores de retalho".

"Mais do que os futuros, que são um instrumento mais institucional, as opções tendem a ser um investimento mais do investidor individual", disse.

Isabel Ucha frisou que o mercado português de derivados cresceu 9% em 2021, pelo que acredita existir um contexto "que pode ser positivo para estes instrumentos".

Esta é uma das prioridades da Euronext para Portugal este ano no âmbito da preparação da oferta de mais produtos e mais funcionalidades de negociação, como o acesso ao mercado italiano, ETF, certificados e 'clearing' com o objetivo de aumentar a liquidez e criar e oportunidades de investimento e captação de poupança nacional e internacional.

A Euronext quer ainda mais empresas e entidades públicas, entre as quais governos e autarquias, a usarem o mercado de capitais, pelo que está "a trabalhar" os seus "programas de capacitação, parcerias e prospeção individualizada e diálogo com o Governo e reguladores".

Assume ainda como prioridades para 2022 um "melhor" enquadramento legal, regulatório e fiscal, "como parte da agenda de um novo Governo, que o adote como pilar da sua estratégia de crescimento", assumindo que irá procurar "concretizar" as recomendações da OCDE e o trabalho da 'task force', criada neste âmbito, para o desenvolvimento do mercado.

Isabel Ucha destacou também que o Centro Tecnológico do Porto será um pilar fundamental da implementação dos projetos transformacionais do plano estratégico da Euronext, assinalando ainda que a Euronext quer liderar a agenda do financiamento sustentável em mercado.

A responsável da bolsa de Lisboa sublinhou ainda que 2022 inicia um novo ciclo estratégico para a Euronext, o "Growth for Impact 2024", que, diz, estará "associado a alguns grandes projetos transformacionais que terão um impacto esperado muito positivo em Portugal".

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