Tensões geopolíticas agravam previsões de crescimento e inflação
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, afirmou hoje que as tensões geopolíticas, perante investidas russas na Ucrânia, agravam os riscos para o crescimento europeu e para a inflação, vincando que "a paz e a economia estão ligadas".
© Alexandros Michailidis/SOOC/Bloomberg via Getty Images
Economia Gentiloni
"Os riscos tanto para o crescimento como para as perspetivas de inflação são também agravados pelas atuais tensões geopolíticas. Aqui temos algo diferente de um risco descendente para uma previsão económica. A paz, a estabilidade e o crescimento económico estão, evidentemente, estritamente ligados", declarou o responsável.
Falando em conferência de imprensa em Bruxelas, no dia em que o executivo comunitário publica as previsões macroeconómicas intercalares de inverno, Paolo Gentiloni apontou que "as projeções para a inflação estão sujeitas a riscos ascendentes se as pressões de custos forem transferidas dos preços do produtor para os do consumidor em maior medida do que o esperado", nomeadamente ao nível energético.
Por essa razão, "a incerteza continuará a ser elevada", admitiu.
Além disso, de acordo com Paolo Gentiloni, "uma aceleração da inflação global poderia implicar um aperto mais rápido do que o previsto da política monetária, com repercussões nas condições de financiamento e na procura global", acrescentou.
A Comissão Europeia reviu hoje em ligeira baixa o crescimento da economia europeia para este ano, para 4% do Produto Interno Bruto (PIB), tanto na zona euro como na UE, devido ao abrandamento no inverno provocado pela variante Ómicron.
Também hoje, a instituição reviu em alta a taxa de inflação para 2022, para 3,5% na zona euro face aos 2,2% anteriormente previstos, numa altura em que os preços batem máximos puxados principalmente pelo setor energético.
A contribuir para a elevada inflação estão, de momento, os custos energéticos e os problemas nas cadeias de abastecimento globais, por questões como a tensão geopolítica mundial, numa altura em que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia se intensifica e causa novas perturbações no fornecimento de gás russo à Europa.
"Em 2021, assistimos a um aumento rápido e constante da inflação, que se estima ter atingido um máximo recorde de 5,1% na zona euro em janeiro de 2022. Os preços elevados da energia, os estrangulamentos no abastecimento e os efeitos de base estão a atuar poderosamente para fazer subir os preços ao consumidor", retratou ainda Paolo Gentiloni.
Ainda assim, o comissário europeu apontou que, à medida que "a vaga de infeções [com a variante] Ómicron passa, e quando, mais gradualmente, as condições de abastecimento se normalizam e as pressões inflacionistas se moderam, espera-se que o crescimento regresse a um sólido caminho de expansão".
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