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Ucrânia: Mercados mundiais pressionados por novas sanções contra a Rússia

As novas sanções adotadas contra a Rússia estão a desestabilizar os mercados mundiais, que temem uma subida dos preços da energia e fortes consequências económicas para as empresas europeias.

Ucrânia: Mercados mundiais pressionados por novas sanções contra a Rússia
Notícias ao Minuto

14:19 - 28/02/22 por Lusa

Economia Ucrânia

As bolsas europeias registam quedas acentuadas às 12:30 (hora de Lisboa). Milão perde 2,68%, Paris 2,55% e Frankfurt 2,11%.

A bolsa de Moscovo está encerrada, por decisão do banco central russo, que receava uma forte queda das ações.

Na bolsa de Lisboa, o índice PSI20 registava à mesma hora uma ligeira subida de 0,07%.

As matérias-primas estão de novo a subir, a começar pelo petróleo, com o barril de WTI norte-americano e o de Brent a aumentarem mais de 4%.

Hoje, delegações da Rússia e da Ucrânia têm negociações para tentar travar a guerra em território ucraniano, no quinto dia da invasão russa.

Os países ocidentais anunciaram pesadas sanções financeiras contra Moscovo, nomeadamente a decisão de excluir vários bancos russos da plataforma interbancária Swift.

A medida "não os bloqueia, mas ficam caóticos e pouco fiáveis", explica Ipek Ozkardeskaya, analista do banco Swissquote, sobre os bancos russos.

Michael Hewson, analista de CMC Markets, afirma, por seu lado, que "os receios de que as empresas não consigam pagar o petróleo e o gás russos podem levar Putin a cortar o fornecimento", o que faz disparar os preços.

O acesso do banco central russo aos mercados de capitais foi também restringido e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que pretende "paralisar" os seus ativos. Como consequência direta, o rublo cai mais de 17%.

Concretamente, "nenhum banco do G7 poderá comprar rublos russos", refere Michael Hewson, o que faz temer "um enorme choque inflacionista na Rússia".

O banco central russo anunciou uma subida muito acentuada da sua taxa diretora para 20%, mais 10,5 pontos, para enfrentar as sanções económicas.

O barril de petróleo WTI subia mais de 4% para 95 dólares e o Brent (de referência na Europa), avançava 4,67% para 102,5 dólares, após ter superado pela primeira vez desde 2014 a barreira dos 100 dólares.

No mercado europeu de gás natural, o contrato de referência subia 9%.

Outras matérias-primas registam igualmente subidas, o trigo aumentava 5,76% e o paládio 5,54%.

As empresas dependentes destes fornecimentos registam fortes quedas, como é o caso da TotalEnergies, da Polymetal e também da BP, que anunciou no domingo que vai abandonar a petrolífera russa Rosneft, na qual tem uma participação de 19,75%.

Os bancos europeus também registam fortes desvalorizações. A Société Générale descia 11,09%, o BNP Paribas 8,86%, o Commerzbank 7,54% e o Deutsche Bank 8,89%.

Em sentido contrário, as empresas ligadas ao setor da defesa beneficiam, depois de ter sido anunciado que a União Europeia vai fornecer armas à Ucrânia e de a Alemanha ter anunciado um aumento dos gastos do setor da defesa nos próximos anos.

O euro baixava face ao dólar, considerado um valor refúgio em tempos de incerteza e seguia a 1,1203 dólares (-0,58%).

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