"As sanções europeias [...] terão também custos para a economia da UE, mas, nesta fase, estes custos são difíceis de calcular de forma fiável", declarou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis.
Falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, no final da reunião do colégio de comissários, o responsável pela pasta de "Uma economia ao serviço das pessoas" apontou ainda assim que, "à medida que sanções mais profundas começam a estar em vigor, será possível ver uma série de cenários, por exemplo, uma inflação mais elevada, nomeadamente pressão sobre os preços da energia e um impacto adverso nos mercados financeiros".
"O crescimento dos custos orçamentais diretos também vai continuar, mas vai certamente abrandar", projetou Valdis Dombrovskis, vincando que "este é um preço que vale a pena pagar para defender a democracia e também as nações europeias para determinar o seu próprio destino".
"Do ponto de vista económico, nós [...] somos fortes", salientou, em declarações feitas em altura de acentuada inflação, que atingiu um novo máximo de 5,8% na zona euro em fevereiro.
Por estes dias, os valores dos preços da energia também batem máximos, com o preço de referência europeu do gás natural, o holandês TTF, a ter disparado hoje para 194,715 euros por megawatt hora, um máximo histórico, impulsionado pela guerra na Ucrânia, dado a Rússia ser grande produtor e exportador de gás.
A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, ataque que foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.
Desde então, a UE tem vindo a adotar pesadas sanções à Rússia, como congelamento de ativos financeiros do regime russo, incluindo do Presidente Vladimir Putin, a proibição de vários bancos russos usarem o sistema de transações financeiras Swift, a imposição de limites às exportações de certas matérias-primas e ainda o corte da conceção de vistos.
O objetivo destas medidas restritivas é isolar a economia russa e cortar os fluxos de dinheiro que suportam a guerra que o Kremlin iniciou contra a Ucrânia.
"Nos últimos dias, desencadeámos [...] sanções uma atrás da outra, concebidas para ter um impacto maciço e para a Rússia sentir claramente esta dor. Ainda ontem proibimos vários bancos russos de utilizar o Swift e já temos sanções contra empresas e bancos do setor financeiro, os ativos de Putin e outros políticos foram congelados juntamente com os resultados dos oligarcas russos e, esta semana, o rublo russo perdeu 25% do seu valor", elencou Valdis Dombrovskis.
Observando que também "os investidores estão a perder a face na economia e no setor financeiro da Rússia", o responsável europeu vincou que "este é um preço que o Kremlin tem de pagar pela sua agressão e violação grosseira do direito internacional".
"Estamos a envidar todos os esforços para apoiar a Ucrânia, e o ataque militar ilegal não provocado da Rússia contra o país soberano e os seus cidadãos inocentes não vai ficar impune", salientou Valdis Dombrovskis.
"Este é o efeito de poderosas sanções coordenadas não só dentro da União Europeia, mas também sem aliados em todo o mundo. E esta é a intenção de enfraquecer a base económica da Rússia, a privacidade de tecnologias e mercados críticos e de pôr a civilidade a financiar a sua máquina de guerra continuará a exercer a máxima pressão sobre o Kremlin enquanto a Rússia se recusar a travar a sua agressão", adiantou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia.
[Notícia atualizada às 13h09]
Leia Também: Bruxelas quer resolver "encruzilhada" na parceria com relações comerciais