"Face ao discurso oficial da Federação Russa, reproduzido pela sua Câmara Cívica, de atribuir a responsabilidade da guerra à Ucrânia, que os signatários não podem de qualquer maneira apoiar, os mesmos suspendem com efeito imediato todas as atividades no âmbito da Associação Internacional dos Conselhos Económicos e Sociais e Instituições Similares (AICESIS), que é neste momento presidida pela Câmara Cívica da Federação Russa", refere uma declaração enviada hoje à agência Lusa pelo presidente do CES, Francisco Assis.
Segundo Francisco Assis, o CES "assinou, juntamente com homólogos europeus, uma declaração de clara condenação da invasão da Ucrânia perpetrada pela Rússia".
Os CES europeus manifestaram ainda "total solidariedade para com o povo ucraniano" e salientaram "a força e clareza da resposta europeia".
Enquanto representantes dos diversos atores da sociedade civil, os conselhos aprovaram uma resolução onde também elogiam "a coragem e determinação de muitos atores da sociedade civil russa que se têm oposto" à invasão da Ucrânia, pondo em risco a sua própria liberdade.
No documento é considerado essencial que os conselhos económicos e sociais e as entidades similares que fazem parte da AICESIS, nomeadamente a Câmara Cívica da Rússia, assumam uma posição clara de respeito pelo direito internacional e defendam os valores fundamentais que o suportam, como a liberdade e a dignidade humana.
Os signatários explicam que suspenderam a sua participação em todas as atividades da AICESIS até que seja convocada uma assembleia-geral extraordinária para discutir a situação e manifestaram apoio às sanções europeias e internacionais adotadas contra a Federação Russa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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