Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na agência Bloomberg, em BT com maturidade em 17 de março de 2023 (12 meses) foram colocados 1.250 milhões de euros à taxa de juro média de -0,467%, superior à de -0,574%, registada em 19 de janeiro, quando foram colocados 1.005 milhões de euros.
A procura de BT a 12 meses atingiu 1.910 milhões de euros, 1,53 vezes o montante colocado.
No prazo mais curto, de seis meses, foram colocados hoje 500 milhões de euros à taxa de juro média de -0,571%, superior à de -0,596% verificada em 19 de janeiro, quando foram colocados 495 milhões de euros em BT com a mesma maturidade.
A procura cifrou-se em 1.300 milhões de euros, 2,60 vezes o montante colocado.
Comentando os resultados dos leilões de hoje, o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, considerou que as taxas de juro "foram ligeiramente superiores ao último leilão comparável", sublinhando que "no discurso da semana passada Christne Lagarde [presidente do BCE -- Banco Central Europeu] surpreendeu o mercado ao deixar a porta aberta para uma possível subida das taxas de juro, bem como anunciou uma retirada antecipada dos estímulos monetários".
"O mercado de dívida ajustou-se, sendo que o movimento acabou por ser mais sentido na dívida de longo prazo, no entanto as taxas de curto prazo também acabam por ter um movimento semelhante, mas com dimensões diferentes", defendeu.
"Ainda é positivo para o 'rollover' da dívida nacional Portugal conseguir emitir com taxas negativas, no entanto este período de bonança parece começar a ter os seus dias contados", concluiu Filipe Silva.
O IGCP tinha anunciado que hoje realizava leilões de Bilhetes do Tesouro (BT) com maturidades em 23 de setembro de 2022 (seis meses) e em 17 de março de 2023 (12 meses), com um montante indicativo global entre 1.500 e 1.750 milhões de euros.
[Notícia atualizada às 11h50]
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