"Os resultados de 2021 criam expectativas positivas para os próximos dois anos", referiu João Leão numa conferência de imprensa, no Ministério das Finanças, na qual detalhou que ainda hoje será entregue no parlamento o Programa e Estabilidade (PE) de 2022-2026.
No cenário macroeconómico do PE estima-se, referiu, para 2022 e 2023 "a continuação de uma forte recuperação económica pós pandémica com crescimento previsto de 5% este ano e de 3,3% em 2023, beneficiando o efeito de recuperação pós-covid".
O PE aponta ainda para crescimento do PIB de 2,6% em 2024 e 2025 e de 2,5% em 2026, último ano do horizonte considerado.
Os 5% agora considerados para 2022 constituem uma revisão em baixa face aos 5,5% que inicialmente o Governo previa para este ano e que já tinha admitido que iria rever, tendo em conta o cenário colocado pela guerra na Ucrânia.
Questionado sobre a perspetiva de a economia entrar em terreno recessivo, João Leão salientou que "o cenário base que se antecipa não é um cenário de recessão", já que "Portugal vai continuar a ter uma forte pujança de recuperação pós pandémica", e contará ainda com o apoio do PRR.
"No cenário base que temos o PIB cresce cerca de 5%, está em consonância com o que o BdP [Banco de Portugal] apresentou ontem [quinta-feira] (de 4,9%). Num cenário mais adverso que estamos aqui a antecipar, poderia haver alguns trimestres em que haveria alguma estagnação, mas mesmo assim seria sempre um cenário de forte recuperação comparando 2022 com 2021", disse o ministro das Finanças que no próximo Governo será substituído por Fernando Medina.
Esta "dinâmica significativa de crescimento" resultante da recuperação que tem ocorrido "asseguraria", mesmo que o PIB estagnasse no valor do quarto trimestre de 2021, "uma taxa de crescimento em 2022 de 3,6%, disse.
"Há aqui um a dinâmica significativa de crescimento que acontece mesmo num cenário mais adverso", precisou.
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