A retoma económica será "impulsionada pelo regresso gradual de turistas e pela recuperação da procura interna", assinala-se no relatório, que justificou a estimativa de crescimento em 2023 com o "aumento do investimento ligado à emissão de novas concessões de jogo e maior integração com a área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau".
O FMI prevê que depois, a partir de 2024, o crescimento irá convergir para 3,5%, indicando ao mesmo tempo que a inflação deve acelerar em 2022 e estabilizar em cerca de 2,5% no médio prazo.
"O regresso gradual dos turistas e o reforço da procura interna vão apoiar a recuperação a curto prazo, ao mesmo tempo que o aumento do investimento, ligado à emissão de novas concessões de jogo, e uma maior integração na Grande Baía impulsionará o crescimento a médio prazo. No entanto, dada a profundidade das perdas económicas durante a pandemia, o nível do PIB deverá ultrapassar o seu nível pré-crise apenas em 2025", indicou.
O FMI assinalou ainda que, apesar do controlo da pandemia de covid-19 e a integração "mais rápida" do que era expectável na Grande Baía, projeto de Pequim de construir uma metrópole mundial, "uma regulamentação mais rígida na indústria do jogo" e algum impacto no setor financeiro "poderá abrandar o ritmo da recuperação".
"A resposta política do Governo ajudou a estabilizar o emprego e o consumo, preservando a saúde e a segurança das pessoas. No entanto, o colapso da atividade económica, principalmente devido às fracas exportações de serviços, destacou a dependência excessiva da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] na indústria do jogo", acrescentou o relatório.
O FMI salientou que permanecem "grandes riscos" para Macau: além de um possível ressurgimento da pandemia de covid-19 e da nova legislação ligada ao jogo, sublinha-se o impacto negativo da proibição na China continental de serviços de 'marketing' associados aos casinos, bem como o efeito de uma possível crise do setor imobiliário de larga escala a nível nacional.
Por outro lado, "a diminuição da capacidade de serviço da dívida das famílias devido às perdas de rendimento induzidas pela pandemia e às pressões mais restritivas sobre as empresas não financeiras decorrentes do contexto global podem afetar negativamente o sistema bancário", referiu.
"A mudança climática é uma preocupação de longo prazo para a economia", de acordo com o relatório.
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