Em comunicado, a Agência Reguladora Multissectorial da Economia (ARME) refere que no âmbito da atualização anual, as tarifas dos transportes coletivos urbanos de passageiros vão aumentar cerca de 5%, de 41 para 43 escudos (37 para 40 cêntimos de euro) na cidade da Praia, ilha de Santiago, e 7,5%, de 40 para 43 escudos (36 para 40 cêntimos), na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente.
As tarifas dos transportes coletivos urbanos de passageiros são revistas anualmente, através do cálculo de custo médio, "que considera os preços dos consumíveis, os parâmetros de depreciação e remuneração dos veículos e informações sobre a demanda e oferta", recorda ainda a ARME.
"O aumento do custo por quilómetro, explicado, principalmente pelo aumento do preço dos combustíveis, conjugado com o índice de passageiros por quilómetro equivalente, que se prevê quase inalterado em relação à última atualização", refere a ARME, para justificar este aumento, que vai entrar em vigor às 00:00 de 01 de maio.
O total de passageiros transportados por autocarros em Cabo Verde aumentou 45,6% em 2021, face ao ano anterior, para mais de 20 milhões, número que continua abaixo do registo anterior à pandemia de covid-19, segundo dados oficiais que a Lusa divulgou este mês.
De acordo com dados compilados a partir do relatório anual dos transportes, relativo a 2021 e produzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Cabo Verde, os transportes terrestres, em autocarros, transportaram mais quase 6,3 milhões de passageiros face a 2020, ano fortemente afetado pelas restrições impostas para travar a pandemia de covid-19.
Em todo o ano de 2021, foram transportados em autocarros, no arquipélago, 20.090.781 passageiros, segundo o INE, registo que compara com os 13.794.316 em 2020, que representou então uma quebra de 31,6% face a 2019.
Em 2020, o total de passageiros transportados em autocarros recuou a níveis anteriores a 2016, segundo o histórico disponibilizado pelo INE.
A oferta dos autocarros também aumentou em 2021, 13,1% face ao ano anterior, para 24.849.143 lugares, enquanto a distância total percorrida aumentou 14,2%, para 5.827.540 quilómetros em todo o ano.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de covid-19.
O país registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento económico de 7% em 2021, impulsionado pela retoma da procura turística no quarto trimestre.
Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo cabo-verdiano reviu de 6% para 4% a perspetiva de crescimento económico em 2022.
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